Nuno Melo sobre eleição no Parlamento: "O que seria normal transformou-se num número de circo"
O presidente do CDS-PP afirmou na terça-feira à noite que "nunca houve nenhum acordo" entre o seu partido e o Chega, mas salientou que esteve e estará disponível para aprovar os candidatos a vice-presidentes dos quatro maiores partidos.
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Em declarações aos jornalistas no Parlamento, depois de três tentativas falhadas para eleger o presidente da Assembleia da República, Nuno Melo recordou que o CDS-PP voltou nesta legislatura, depois de dois anos de ausência, mas pareceu-lhe ter "aterrado numa realidade paralela". "Hoje houve quem, neste Parlamento, desse um triste sinal ao país. O que seria normal, uma eleição expedita, transformou-se num número de circo", criticou.
Questionado sobre se - como afirmou André Ventura - disse não ter havido um acordo entre o Chega e a AD, Nuno Melo salientou que só fala como presidente do CDS-PP. "Eu disse que não houve nenhum acordo com o CDS-PP, eu sou presidente do CDS e não houve nenhum acordo com o CDS, nem é preciso", afirmou.
Nuno Melo defendeu que "sempre disse que votaria a favor" do candidato indicado pela AD, como força política mais votada, e dos vice-presidentes dos quatro maiores partidos. "Para isso não são precisos acordos, é uma questão de palavra e vontade de resolver os problemas", disse.
Para a nova eleição marcada para as 12 horas de quarta-feira, Nuno Melo disse manter essa postura e recusou dizer se a AD deve ou não manter o candidato José Pedro Aguiar-Branco.
"Ultrapassa-se da forma simples, se se tiver em conta que o interesse de partidos não podem prevalecer sobre o interesse nacional", afirmou, acrescentando que são precisos "adultos na sala" e que CDS-PP, PSD e IL tiveram essa postura.
O Parlamento tentou na terça-feira, por três vezes, eleger um novo presidente da Assembleia da República, mas sem sucesso, já que nenhum candidato obteve a necessária maioria absoluta.