A tecnologia está, cada vez mais, ao serviço da medicina. No Porto, há dois anos que é possível tratar o tremor essencial (uma condição neurológica que afeta o movimento) e outros sintomas da doença de Parkinson através de uma máquina chamada HIFU. O método não-cirúrgico ajudou 20 doentes desde 2022.
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“Até me sinto descontraído”, constata José Torres, antes de entrar para a sala de preparação. Há mais de uma década que a mão esquerda lhe treme a toda a hora, impedindo-o de fazer tarefas tão simples como comer com os dois talheres. Graças à irmã mais nova, que descobriu o “tratamento inovador” que promete resolver o tremor essencial (condição neurológica que afeta o movimento), o ex-advogado de 69 anos tem esperança em ficar curado.
A inovação chama-se HIFU (a sigla inglesa para ultrassom focalizado de alta intensidade) e é um aparelho que, guiado por ressonância magnética, provoca uma microlesão na zona do cérebro responsável pelo tremor. Só há uma máquina no país e está no Porto, numa parceria entre o Hospital de São Francisco e o grupo JCC Diagnóstico por Imagem. “É um tratamento inovador que tem a capacidade de mudar vidas com um perfil de segurança muito alto”, acredita Clara Chamadoira, a neurocirurgiã que integra a equipa multidisciplinar do HIFU.