
Caminhada permite desfrutar da beleza da paisagem
d.r
Há um roteiro de monumentos e paisagens que o fazem viajar no tempo. Trilho era percorrido no século XII. São 42 quilómetros e a promessa é a de uma experiência inesquecível. Para os mais aventureiros, e melhor preparados, bastam dez horas para completar o percurso que foi pensado para desfrutar do território pelo menos durante dois dias
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O caminho, criado pelos municípios de Lamego e Tarouca, está aberto desde o final de março e já atraiu milhares de visitantes. O trilho liga os dois concelhos do distrito de Viseu e é o mesmo que era percorrido, no séc. XII, pelos religiosos da Ordem de Cister.
Era o caminho que os monges faziam quando saíam dos mosteiros de São João de Tarouca e Salzedas e desciam até ao vale do Varosa, para se dirigirem às quintas vinhateiras, onde produziam vinho.
O caminho, que se estende ao longo de 19 quilómetros pelo concelho de Lamego e 23 de Tarouca, inclui 27 pontos de interesse para descobrir. É caso da capela de São Pedro de Balsemão, o castelo e a cisterna de Lamego, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, o Museu de Lamego, o Museu do Espumante, o Santuário da Senhora dos Remédios, a Torre e Ponte Fortificada de Ucanha.
O primeiro, a visitar, é o Mosteiro de São João de Tarouca, junto ao rio Varosa, pois essa era uma condição da Ordem, que os edifícios fossem erguidos junto a cursos de água. A fachada da igreja mantém uma inscrição com a data do início da sua construção: 1152.
Património edificado e natureza
Além do património edificado, o caminho dos monges oferece ainda a beleza da paisagem vinhateira e várias opções gastronómicas para degustar as melhores especialidades do território, sem esquecer os vinhos e os espumantes.
O que o distingue de todos os outros percursos pedestres é a monumentalidade que se une à beleza paisagística do Douro, Património da Humanidade.
Está muito bem sinalizado e é de média intensidade, não exigindo grande resistência física. Quem já o percorreu, diz que a sensação é a de que está a viver noutro tempo, séculos atrás.
Aconselha-se que vá acompanhado de água, protetor solar, chapéu, calçado desportivo e alguma alimentação para repor energias. No caso de querer dividir o percurso em dois dias, pode ficar na Quinta de Recião, a meio do caminho, na freguesia de Figueira, em Lamego.
Caminho único e milenar
O caminho dos monges já faz parte das propostas de passeio das quintas vinhateiras do Douro, procuradas por pessoas de todo o mundo e que procuram experiências diferentes.
O mote para o convite é simples: "Um caminho único e milenar que o vai transportar para outros tempos". Desde o Mosteiro de São João de Tarouca, onde pode aproveitar para comprar produtos feitos da flor do sabugueiro, como compotas, infusões, licores ou cerveja, até à ponte metálica, do rio Douro, em Lamego.
