O líder do PSD considerou, este sábado, que o Governo não caiu por causa de um “parágrafo” mas porque “ruiu por dentro”. “O Governo caiu de pobre”, deixou claro Luís Montenegro.
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No congresso de Almada, Luís Montenegro não esqueceu a demissão de António Costa no passado dia 7 e toda a tese que se sucedeu de que o primeiro-ministro teria caído por causa do “parágrafo” escrito pela procuradora-geral da República, Lucília Gago. Para o líder do PSD, isso não é verdade. O Governo caiu por incapacidade, “caiu de podre”.
“O Governo do PS ruiu por dentro. O Governo não caiu por causa de um parágrafo nem caiu por causa de um processo. O Governo caiu de podre”, vincou Luís Montenegro, no discurso de abertura do congresso estatutário, este sábado, em que apontou as “demasiadas mentiras” do Executivo de António Costa, os “abusos de poder, a demasiada arrogância” como as principais causas.
Segundo Montenegro, “sempre que o PS está no Governo usa o seu partido como intermediário entre os cidadãos e o Estado”. “É sempre com o PS que o Estado se intromete nos negócios”, acrescentou, considerando que António Costa caiu também porque, o PS “mais uma vez, pensou que podia fazer tudo e que os portugueses se iriam habituar”.
“Não, não é assim. Não vai ser assim. Portugal não é, não foi, nem vai ser um república das bananas”, vincou Montenegro, para acrescentar ainda: “O Governo caiu porque era insuportável continuar a insistir numa equipa feita em pedaços, depois de 14 demissões, sem autoridade, sem respeitabilidade para falar com médicos, professores, agricultura, polícias e funcionários judiciais. O PS caiu porque não tinha, não tem soluções para os problemas do país”.
Mais. Montenegro acusou os socialistas de estarem a “instrumentalizar a justiça”, para advertir: “A instrumentalização da Justiça para servir de álibi a erros políticos é mais uma machadada na credibilidade das instituições”. “É isso que o PS tem feito nos últimos anos. O escrutínio faz-se no sítios próprios, com regras próprias, o julgamento não se faz de facto na Comunicação Social. E isso é valido para os políticos e também para os magistrados”, rematou.