“Grande marco da transição para a democracia” tem na gestão o maior problema, defende economista.
Corpo do artigo
De 8,754 milhões, em 1974, somos hoje mais de 10 milhões. Mais velhos - 24% da população tem mais de 65 anos, contra 9,8% há 50 anos - e com a esperança média de vida à nascença nos 81 anos (+12,8 anos). Vivemos mais anos, mas poucos anos com vida saudável (escala que se agrava nas mulheres). Pressionando o Serviço Nacional de Saúde (SNS), filho da liberdade. Refém das contas públicas.
“A destruição das carreiras depois de tantos anos de luta, iniciada em 1961, foi o rombo mais profundo causado ao SNS”. As palavras, as últimas (2018), são de António Arnaut, a quem devemos a lei (1979) que criou o SNS. Para quem era urgente “reconduzir o SNS à sua matriz constitucional e humanista”.
E o SNS é, indiscutivelmente, “o grande marco da transição para a democracia em Portugal”, no seu princípio de universalidade tendencialmente gratuito, considera Eduardo Costa, presidente da Associação Portuguesa de Economia da Saúde. Numa democratização do acesso à saúde ainda em construção, mas já lá vamos.