Fernando Alexandre garante que nunca pressionou o reitor da universidade do Porto a desrespeitar normas legais e a aceitar ilegitimamente 30 alunos na Faculdade de Medicina. O ministro da Educação, Ciência e Inovação acusa António Sousa Pereira de "mentir despudoradamente" e assume que aceitará a sua demissão se o reitor a apresentar.
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"O mais alto representante de uma das mais importantes instituições de educação do nosso país mentiu publicamente sobre uma conversa telefónica com um membro do Governo", afirmou Fernando Alexandre esta sexta-feira numa conferência de Imprensa no ministério da Educação.
O ministro sublinha que tem registo das chamadas no telemóvel, garante que devolveu uma chamada ao reitor, sendo o único tema da conversa as queixas de alunos que foram formalmente informados de que tinham entrado no mestrado integrado de Medicina.
O concurso especial dirigia-se a licenciados de outras áreas. De 50 candidatos, apenas sete tiveram nota superior a 14 na prova de ingresso - limiar mínimo de acesso definido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. O "imbróglio", conforme definição do ministro, é que a faculdade aceitou e informou formalmente mais 30 candidatos que tiveram resultado superior a dez valores que tinham entrado no curso.
Fernando Alexandre defende que o "imbróglio" foi exclusivamente criado e "mal gerido" pelo reitor. Considera que a universidade deve apurar a responsabilidade do presidente da faculdade por ter informado os estudantes. E admite que os candidatos possam recorrer da exclusão do curso por via judicial.