Barack Obama quer vencer "a suspeita e a discórdia" entre os Estados Unidos da América e os muçulmanos. Ao discursar na Universidade do Cairo (Egipto), pediu uma era de paz para o Médio Oriente, defendendo a criação de um Estado palestiniano, criticando a política israelita de colonatos, sem pôr em causa a aliança com o Estado judaico.
Corpo do artigo
Inclusive defendeu que o Irão tem o direito de utilizar a energia nuclear para fins pacíficos, de acordo com os tratados internacionais. Ao dizer "eu vim ao Cairo para buscar um novo início entre os EUA e os muçulmanos pelo Mundo", não se coibiu de citar os textos sagrados dos muçulmanos, judeus e cristãos (Corão, Tora e Bíblia). Quer superar os "estereótipos negativos" do Islão, mas exige aos muçulmanos que corrijam as suas suspeitas sobre a América. Aponta para um futuro de "interesse mútuo e de respeito mútuo". Outras novidades foram a sua insistência na paz entre palestinianos e israelitas e um eventual diálogo com o Irão, propondo que se evite a corrida às armas nucleares no Médio Oriente. Mais uma vez, Barack Obama sabe citar culturalmente textos sagrados, sem invocação do santo nome de Deus em vão e sem ofender a laicidade, que, para alguns, exige silêncio ideológico sobre as mundividências religiosas, como se Deus fosse estorvo para a justiça e a paz, em vez de estímulo para a concórdia.