O ministro da Administração Interna considerou que a atuação das forças de segurança na JMJ ficou marcada pela "confiança, cooperação e vontade cívica". E agradeceu "a dedicação, brio e entrega" dos profissionais. Já o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna afirmou que a operação "decorreu de forma exemplar”.
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A PSP registou 149 crimes associados à JMJ, sendo que 129 foram essencialmente furtos por carteiristas. Já o Serviço de Estrangeiro de Fronteiras controlou quase 1,4 milhões de pessoas nas fronteiras portuguesas e recusou a entrada em 213 casos, sobretudo devido à falta de documentos. Já o INEM assistiu 4312 pessoas. Apenas 3,5% foram encaminhadas para os hospitais.
"As forças e os serviços de segurança têm ajudado a construir um país pacífico. Um dos mais pacíficos e seguros do mundo. Todos nos orgulhamos desta marca. Os jovens que estiveram no nosso país levaram de Portugal, das ruas, vilas e cidades, essa imagem", disse o ministro da Administração Interna, em conferência de imprensa, mostrando-se "orgulho" pela "dedicação, brio e entrega" das forças de segurança naquele que foi "o maior evento de sempre realizado em termos de coordenação, planeamento, implementação e monitorização de segurança no país".
José Luís Carneiro saudou a "boa cooperação" entre as forças e os serviços de segurança, destacando que este "é um valor fundamental para garantirmos níveis elevados de segurança". O ministro sublinhou, ainda, o trabalho daqueles que estiveram na retaguarda. Deu, como exemplo, a rede SIRESP, que recebeu mais de seis milhões de chamadas.
Elogiando as forças de segurança, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna destacou o trabalho dos 16 mil operacionais no terreno. “Posso dizer, com toda a propriedade que a operação de segurança JMJ decorreu de forma exemplar", referiu Paulo Vizeu Pinheiro, falando numa "operação inédita".
Magina da Silva, diretor nacional da PSP, notou que a JMJ contou com "a maior mobilização de um contingente policial da história da Polícia de Segurança Pública". E que, em média, houve três mil polícias dedicados às jornadas por cada turno de trabalho. “Não houve qualquer impacto negativo nos índices de criminalidade dos outros comandos que enviaram operacionais para Lisboa”, afirmou.
149 crimes, a maioria furtos por carteiristas
De acordo com Magina da Silva, durante o evento, não houve ofensas corporais graves contra peregrinos, nem mortes associadas a ação criminosa. A PSP registou 149 crimes associados à JMJ, sendo que 129 foram crimes contra a propriedade, ou seja, essencialmente furtos por carteiristas.
Foram ainda registados quatro crimes "contra a integridade física simples", dos quais nao resultou qualquer internamento ou lesão grave; quatros crimes contra a "vivência em sociedade" e oito associados ao consumo ou tráfico de droga.
"Agradecer aos peregrinos que facilitaram muito o nosso trabalho. Gostaríamos que a forma como os peregrinos encararam a atuação policial fosse inspirador para outros cidadãos que noutros contextos, nomeadamente desportivo, se sentissem contaminados por esse grau inexcedível civilizacional", sublinhou Magina da Silva, mostrando-se "orgulhoso" dos "homens e mulheres" que comanda.
Por sua vez, Paulo Batista, diretor-nacional adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), recordou que a atuação da instituição passou pela reposição de controlo das fronteiras durante a JMJ. No total, foram controladas quase 1,4 milhões de pessoas. Houve, apenas, 213 recusas de entrada relacionadas sobretudo com falta de documentos ou a falta de um visto adequado. “Nada de relevante se passou em termos de ameaça à segurança. Tudo correu na normalidade”, garantiu.
O INEM assistiu 4312 pessoas, sendo que apenas 3,5% foram encaminhadas para os hospitais. A maior parte por requererem uma resposta especializada que não era possível ter no terreno. Segundo o presidente do Conselho Diretivo do INEM, Luís Meira, apenas "cinco ou seis casos motivaram maior preocupação".
Em termos de cibersegurança, o coordenador de operações do Centro Nacional de Cibersegurança diz que a "JMJ foi muito tranquila". "Não foi isenta de acidentes, mas todos aqueles que nos foi possível identificar foram prontamente mitigados. Houve casos de tentativas de intrusão em diversos servidores, mas as medidas implementadas foram suficientes para os barrar a tempo", contou Júlio César, frisando que a "palavra de ordem foi preparação".