Grupo de 24 militantes afirma temer que essa candidatura legitimasse as ações "imorais e ilícitas" que ocorreram nos últimos tempos no partido.
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Um conjunto de militantes afetos à oposição interna do BE desistiu da candidatura à Coordenadora Distrital do Porto, alegando que os procedimentos "nada éticos" do partido, nos últimos meses, "são a antítese daquilo que o BE sempre protagonizou, lutou e apresentou como bandeira diferenciadora", explicam os críticos em comunicado.
A lista composta por 24 elementos, 19 efetivos e cinco suplentes, inclui nomes como Paulo Ricardo, Maria Elisa Magalhães e Ricardo Salabert. No comunicado exemplificam com os casos dos despedimentos por telefone de mulheres que tinham filhos recém-nascidos, conhecidos no último mês, que classificam como comportamentos "imorais".
Recordam, também, o caso de um dirigente que "provocou a renúncia da deputada municipal Luísa Ferreira", de Vila Nova de Gaia, que se demitiu da Comissão Coordenadora da Concelhia desta cidade.
No mesmo comunicado, estes membros destacam que "a maioria que tem a coordenação política do Bloco de Esquerda vive imune e indiferente a tudo e a todos", e que a condução política demonstra "prepotência e cegueira ideológica".
No início de fevereiro, quatro elementos da oposição do partido -- dois deles (Maria Elisa Magalhães e Ricardo Salabert) são comuns a esta desistência no Porto - demitiram-se da Comissão Política do BE devido à recusa da abertura de um inquérito sobre o caso das mães despedidas. Garantem, contudo, que estarão "presentes para assegurar, nas bases do partido, uma voz crítica das decisões desastrosas".