A Oposição defendeu, esta quinta-feira, que a ministra da Saúde não tem condições para continuar no cargo, desafiando Luís Montenegro a ponderar a demissão de Ana Paula Martins na sequência das mortes por falta de socorro do INEM e dos problemas com as urgências.
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Um desses apelos partiu do PS, que decidiu chamar ao Parlamento, com urgência, o novo presidente do INEM, num pedido que o Chega prometeu acompanhar. Já o Bloco exigiu diretamente a demissão da ministra e a IL admitiu requerer uma comissão de inquérito.
Montenegro admitiu “uma situação grave de necessidade de reforço da capacidade de resposta do INEM”, e Marcelo Rebelo de Sousa disse ser “urgente encontrar respostas rápidas” quando os problemas “se agravam” e "multiplicam", segundo citou a Lusa.
Por sua vez, o PS defendeu que “o primeiro-ministro tem que avaliar se a ministra reúne ou não condições para continuar”, recordando também os problemas nas urgências desde o verão.
“O PS, na sua tradição, não pede a demissão de membros do Governo. Mas, face ao que está a acontecer - morrem diariamente cidadãos por falta de socorro - é altura de o primeiro-ministro vir a jogo, intervir e avaliar se a ministra tem condições”, disse João Paulo Correia.
“Absoluta negligência”
O deputado anunciou, juntamente com Mariana Vieira da Silva, que o PS decidiu chamar o presidente do INEM. E questionará a ministra durante a audição orçamental da próxima semana, sobre a emergência médica.
Também o líder do Chega, André Ventura, desafiou Montenegro a “pensar se a ministra tem condições para continuar” e acusou-a de “absoluta negligência” pela falta de capacidade do INEM. A seu ver, o chefe do Governo tem de avaliar se “não tem aqui dois ativos tóxicos que merecem pelo menos a sua substituição”, aludindo também à ministra da Administração Interna.
“Se isto fosse novo, a ministra [da Saúde] tinha desculpa. Acontece que não é novo. Em julho, o Chega chamou a atenção de uma situação que no INEM era iminente, questionámos o Ministério”, disse, notando que não teve resposta.
Ventura disse que o Chega acompanha o pedido para o presidente do INEM ser ouvido, mas avisa que a carência de meios não se resolve com audições.
O líder da IL, Rui Rocha, admitiu requerer uma comissão parlamentar de inquérito e disse que a ministra é um dos governantes “mais fragilizados”. Por sua vez, PCP, Livre e PAN exigiram o reforço de meios.