Orçamento aprovado com abstenção do PS. Governo ganha balão de oxigénio até 2026
O Parlamento aprovou, esta sexta-feira, a versão final do Orçamento do Estado (OE). Como esperado, só PSD e CDS votaram a favor, mas o documento passou devido à abstenção do PS. Após o final da sessão, Luís Montenegro vinculou socialistas e Chega ao OE, frisando que ambos têm "corresponsabilidade" no produto final.
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Chega, IL, BE, PCP, Livre e PAN votaram contra. Assim que os resultados foram anunciados, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, abraçou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que estava sentado à sua esquerda. De seguida também cumprimentou Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, à sua direita. Os deputados da AD aplaudiram de pé o desfecho da votação.
Nota ainda para um novo número do Chega, depois do episódio das tarjas, na parte da manhã. Assim que o OE foi aprovado, cada um dos 50 deputados do partido levantou-se e exibiu um cartaz onde se lia "Este Parlamento perdeu a vergonha".
Com a aprovação do OE, o Governo praticamente garante um balão de oxigénio até 2026. Isto porque o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está legalmente impedido de dissolver o Parlamento nos seis meses anteriores às próximas eleições presidenciais, que devem ocorrer em janeiro de 2026. Ou seja, na prática, o Parlamento só poderá cair até julho - mesmo que, no outono de 2025, o próximo OE seja chumbado.
Já lá fora, nos Passos Perdidos, Luís Montenegro salientou que "esta etapa está superada" e que isso foi conseguido "num contexto parlamentar difícil". Numa curta declaração sem direito a perguntas, procurou vincular PS e Chega ao OE, frisando que o facto de ambos terem conseguido aprovar várias propostas à revelia do Governo mostra que têm "corresponsabilidade" na versão final deste documento.