
"O luto é uma reação natural de adaptação a uma nova realidade quando ocorre uma perda", refere a Ordem dos Psicólogos
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A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lançou este sábado um documento designado "Vamos Falar Sobre Luto", que apresenta como um recurso científico informativo cujo intuito é "ajudar todas as pessoas a compreender melhor o que é o luto, como se manifesta e de que forma é possível atravessá-lo com compaixão, apoio e equilíbrio psicológico".
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Em comunicado, refere a OPP que "o luto é uma reação natural de adaptação a uma nova realidade quando ocorre uma perda. Perder alguém ou algo ao longo da vida é inevitável", assinalando que "todos passaremos, em algum momento, por processos de luto - seja pela morte de alguém significativo, pela perda de saúde, de um emprego, de uma relação, ou até de um projeto de vida. O luto é, por isso, uma reação universal, embora seja também profundamente pessoal".
O mesmo documento, com 40 páginas, refere que "o luto é um processo que nos ajuda a reconhecer que algo mudou irreversivelmente", e que "o seu propósito não é o esquecimento, mas a reconstrução de um novo sentido para a vida", salientando que "não há uma forma certa ou errada de viver o luto".
"O luto não tem um calendário ou relógio. Cada pessoa reage de forma diferente e ao seu próprio ritmo", explica a OPP, na mesma nota, detalhando que "algumas pessoas choram, outras não; umas preferem o silêncio, outras precisam de falar", sendo que "o essencial é reconhecer que o sofrimento é uma parte natural do processo de adaptação à perda" e que "cada pessoa tem direito ao seu processo de luto".
Não é só a morte que origina o luto
A Ordem dos Psicólogos chama ainda a atenção para as perdas socialmente marginalizadas, que nem sempre têm o devido reconhecimento ou apoio: "Como o término de uma relação amorosa ou de amizade, a perda de um animal de estimação, de um emprego, ou de um projeto pessoal, ou uma doença, ou condição de saúde". Experiências que, "embora nem sempre valorizadas pela sociedade, podem gerar um luto real e profundo, que merece ser reconhecido e cuidado".
O documento divulgado pela OPP dedica ainda uma secção especial às crianças e adolescentes. "Explicando como compreendem a morte em diferentes idades e como podem ser apoiados de forma adequada", uma vez que "as crianças podem ter reações muito variáveis à morte e ao luto, dependendo da sua idade e do grau de compreensão destes conceitos".

