Os alvos do congresso do PS: Marcelo, Montenegro, Ventura e a Justiça
Foram sobretudo quatro os alvos dos ataques socialistas, durante os três dias do congresso, que terminou, este domingo em Lisboa: o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o líder do PSD, Luís Montenegro, o líder do Chega, André Ventura e a Justiça, a quem muitos apontam pela queda do Governo.
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Marcelo Rebelo de Sousa
Foi logo a abrir o congresso, pela voz do presidente do PS, Carlos César, que o presidente da República se tornou num dos principais alvos dos socialistas, ao defender: “É hoje amplamente reconhecido que, nas circunstâncias então difundidas, o primeiro-ministro fez o que lhe era institucionalmente requerido, mas o presidente da República, em resposta, não fez o que politicamente era devido". Marcelo Rebelo de Sousa acabou a receber disparos até do histórico socialista Manuel Alegre, que considerou que a dissolução do Parlamento “foi um erro de precipitação gerador de incerteza”. Para Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, Marcelo Rebelo de Sousa tirou à maioria parlamentar uma “oportunidade legítima”. Em causa, o facto de o chefe de Estado ter recusado que os socialistas indicassem um novo primeiro-ministro. Recorde-se que António Costa pretendia ser substituído pelo governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, o que provocou críticas generalizadas da oposição, acusando o ex-ministro das Finanças de ter perdido a isenção e o afastamento necessários para continuar a assumir o cargo. O ex-deputado Ascenso Simões foi mais longe, ao admitir ter sido “um erro” o apoio do PS à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Já o secretário-geral socialista afastou-se dos disparos em direção a Belém, ao alegar que sempre teve “uma boa relação” com Marcelo Rebelo de Sousa. Pedro Nuno Santos defendeu a importância de existirem “boas relações institucionais”.