Francisco Assis defendeu, este sábado, em entrevista ao JN durante o 24.º Congresso do PS, que os adversários "não são todos iguais", vincando a distinção entre aqueles que são "adversários e aqueles que são os inimigos da democracia".
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O presidente do Conselho Económico Europeu afirmou que "há partidos, nomeadamente grandes partidos da direita democrática, em particular o PSD", deixando claro que não alinha "em qualquer tipo de discurso que leve a alguma confusão entre o PSD e a extrema-direita, porque o PSD não é um partido de extrema-direita, nunca foi, nunca será, é um partido profundamente democrático e deve ser respeitado como tal".
Francisco Assis defende, por isso, que o PS deve manter o diálogo com o PSD, em matérias estruturantes para o país. "Terá que haver necessariamente, pelo menos, diálogo. Se depois se chega a acordo ou não, mas tem que haver diálogo", reiterou.
Com elogios às palavras do novo secretário-geral do partido, "um dos melhores discursos dos últimos anos nos congressos do Partido Socialista", defende que "o país ganhará" se houver entendimento com o PSD e com "os demais, os outros partidos são também importantes. Os partidos não se medem apenas pela sua dimensão eleitoral. Há partidos muito pequeninos que dão um grande contributo para a democracia portuguesa".
Sobre o seu próprio possível avanço para as presidenciais, depois de Pedro Nuno Santos ter afirmado aos congressistas que o PS vai apoiar um candidato na próxima corrida a Belém, o ex-eurodeputado socialista afirmou que "este é o tempo das eleições legislativas e é nisso que nos devemos concentrar. Neste momento o que digo é que eu estou disponível para colaborar. Estritamente é esse o meu compromisso".
Apesar de ter sido um crítico da geringonça criada em 2015, processo que o levou a entrar em choque com o partido, Francisco Assis defende que neste momento está sinonizado com o caminho que será agora liderado pelo novo secretário-geral. "A seguir, veremos, não sabemos o que é que vai surgir. Se tivesse pautado a minha vida política pela preocupação de exercer cargos políticos, teria orientado a minha vida política de maneira muito, muito diferente, e não teria tomado as posições que tomei. Não teria assumido as rupturas que assumi. Mas este não é um momento de ruptura, felizmente, entre mim e o PS", garante quando questionado sobre a possibilidade de vir a desempenhar outras funções no futuro, nomeadamente governativas.

