<p>Uma parceria entre o padre António Cartageno e o sacerdote jesuíta Morais da Silva, que esteve na origem do Hino dos Pastorinhos em 2000, volta a ser decisiva na criação do hino da visita do Papa Bento XVI a Portugal, baptizado como "Bem-vindo, Santo Padre".</p>
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A pedido do Secretário da Conferência Episcopal, que lhe enviou cinco textos, António Cartageno, escolheu o trabalho do jesuíta, por ser aquele que tinha um refrão "de aclamação e boas vindas, que apela a puxar pelo entusiasmo das pessoas", disse o padre da Diocese de Beja.
O compositor revelou ao JN que demorou "quatro ou cinco dias a musicar", depois de "alguns retoques", com a devida "autorização do autor", justificou.
Afirmando que gosta de ter tempo para "amadurecer as ideias", contagiado pelo espírito alentejano, António Cartageno afirma que costuma "ser mais lento", garantindo que desta vez foi tudo "bastante rápido", adverte.
Apelo à alegria
A melodia diz, "é muito apelativa", justificando que está harmonizada para um coro misto para que "ajude a criar um clima de alegria no acolhimento ao Papa", diz, sorridente, o padre.
Nos poucos dias que teve para concluir o trabalho, o padre revela que, mesmo nos momentos de lazer, "vinha tudo à memória", pela responsabilidade que o trabalho apresentava e pela dedicação que colocou na obra.
Justificando que o refrão é "aclamativo" e que a quadra fala de "cada encíclica escrita pelo Papa", o religioso defende que o hino "pode ser bem agarrado pela multidão", sustentando ainda que "é fácil e envolvente".
O padre mostra-se aberto à introdução de instrumentos, além do órgão, caso dos metais, por exemplo, justificando que "o pode valorizar e aumentar o ambiente de festa", que se quer em torno de Bento XVI.
De acordo com as explicações do padre, o hino será cantado em todos os locais onde Bento XVI vai estar, Lisboa, Fátima e Porto. "Bem-vindo Santo Padre", faz parte de um CD gravado no passado mês de Março, pelo Coro do Carmo de Beja, dirigido por António Cartageno, e que integra um conjunto de cânticos marianos, na sua maioria inéditos e que vai estar disponível para o público no início de Maio.
Mas o trabalho do padre-compositor não se ficou por aqui, já que também escreveu as Vésperas em Honra de Nossa Senhora, que vão ser cantadas na tarde do 12 de Maio, à chegada do Papa a Fátima, na Igreja da Santíssima Trindade.
Ambiente de festa
Recentemente, o padre António Cartageno escreveu também o cântico de Entrada da Missa que vai ser presidida por Bento XVI, durante o início da sua viagem, em Lisboa.
Apesar de reconhecer que terá sido das pessoas "que mais trabalhou" para a recepção ao Papa, o padre Cartageno, definiu o seu trabalho como "um humilde serviço à causa da música sacra", remata.
António Cartageno não espera ser recebido pelo Papa Bento XVI. Só tem uma pretensão e fica feliz se as pessoas que vão estar junto do Papa "cantarem bem e ajudarem ao clima de festa" em torno da recepção ao Santo Padre, conclui.