Hoje, dia de S. Bento, apetece--me dar um abraço ao professor e monge beneditino Geraldo Coelho Dias pelo seu livro "Tibães - o encanto da cerca, o silêncio dos monges e os últimos abades gerais beneditinos", apresentado por José Mattoso.
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Concordo com o meu amigo beneditino quando diz que "talvez valha a pena recordar a vida e a acção deste homem (S. Bento), romano do século VI, natural de Núrsia, na Úmbria, que viveu em tempos de crise aflitiva para a Europa. Então, eram os bárbaros destruidores, que invadiam o Ocidente Europeu e provocavam a queda do Império Romano. Por toda a parte, se levantava o medo, desapareciam os valores humanos e cristãos, faltavam homens de têmpera verdadeiramente religiosa, que, com os olhos em Deus e no serviço fraterno, ajudassem à salvação da civilização cristã e humanista, que começara a construir-se". E esse homem foi S. Bento (480-547), que se entregou a uma vida de valorização humana e espiritual, construindo um «dique de defesa moral". Como diz Geraldo Coelho Dias, "através da sua Regra, a Regra Beneditina, e dos seus monges, a Europa iria reflorescer e dar força à civilização cristã ocidental".
Os mosteiros beneditinos na Europa e em Portugal foram "cidadelas do espírito e da cultura" e o seu fundador, S. Bento, "tornou-se o construtor da nova Europa dos valores e do progresso da humanidade cristã: fé em Deus, serviço fraterno, ajuda aos mais fracos, desenvolvimento das terras, estudo e cultura".
O padroeiro da Europa, como o declarou Paulo VI, pode ajudar-nos hoje a combater o pessimismo que nos desgasta e entristece na Europa e em Portugal.