Pais das gémeas luso-brasileiras querem apenas consultas online no Hospital de Santa Maria
Família vive no Brasil e não quer voltar a Portugal mas quer acompanhar a evolução do Zolgensma.
Corpo do artigo
Os pais da gémeas luso-brasileiras que receberam o medicamento para a atrofia muscular espinhal (AME) querem que o Hospital Santa Maria, em Lisboa, autorize que todas as consultas para as meninas sejam online em vez de consultas presenciais. O pedido foi enviado ontem a Carlos Neves Martins, o presidente do conselho de Administração da unidade de saúde, solicitando ainda que nessas consultas não esteja presente o médico António Levy, chefe do serviço de pediatria daquele hospital, “visto que veio a público expor de forma pejorativa e inverídica” a mãe das gémeas Maitê e Lorena.
As crianças regressaram ao Brasil há cerca de dois anos e os pais afirmam que têm medo de voltar a Portugal depois da “campanha” que dizem ter sido feita contra eles. Em causa está a suspeita de que o processo de naturalização das gémeas e o posterior acesso ao Zolgensma (o medicamento para a ame que custa vários milhões) tenha tido uma “cunha” de Marcelo Rebelo de Sousa.
Daniela Martins e Samir Assad Filho, a viver no Brasil, avançaram já com uma queixa crime contra o médico que é também coordenador da Unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria.
As gémeas têm faltado às consultas hospitalares (a última a que não compareceram foi no dia 8 de janeiro deste ano) e os pais alegam que, estando a família no Rio de Janeiro, não se sente segura a viajar para Lisboa. O hospital concedeu um adiamento da consulta por 120 dias mas os pais não aceitaram e pedem agora que as consultas sejam feitas online.
“Não sendo possível a realização de todas na modalidade pedida, que seja realizada apenas a consulta que para verificar o desenvolvimento pela escala CHOP INTEND e o HAMERSMITH, ou outra que obriga o Estado em contrato com a farmacêutica para que não haja qualquer penalização ao erário publico e a pesquisa, na modalidade online, podendo ser canceladas as consultas na o obrigatórias”, afirmam os pais no documento enviado ao hospital, fazendo referência especifica às consultas que todas as crianças que receberam o Zolgensma têm, obrigatoriamente, que efetuar para avaliar a evolução do tratamento.