Só 11% dos pais portugueses discutem com os filhos, menores de 16 anos, os riscos de assédio online, como o bullying ou grooming. Na União Europeia essa percentagem é quase o dobro (20%) revela o relatório anual do Observatório de Cibersegurança.
Corpo do artigo
O documento, publicado pela primeira vez, destaca que esse comportamento dos portugueses sofreu uma "descida acentuada" face a 2017, quando 20% diziam que discutiam com os filhos os riscos de assédio online. A ação mais comum dos portugueses para proteger as crianças é a limitação do tempo gasto na Internet e a monitorização dos sites usados pelas crianças.
De acordo com o relatório, as preocupações dos portugueses com a segurança dos seus dados pessoais aumentou - de 28% em 2014 para 49% em 2018 - mas o comportamento dos utilizadores é menos cauteloso. Por exemplo, apenas 13% usam palavras-passe diferentes para os vários serviços online - menos de metade dos 29% na União Europeia.
Outro dado: 73% dos portugueses evita revelar informação pessoal na Internet e o maior medo dos inquiridos (75%) é a "infeção" com software malicioso ou vírus dos seus dispositivos eletrónicos.
De acordo com o estudo, uma grande percentagem dos portugueses inquiridos considera a pornografia infantil o crime do ciberespaço mais grave (85%), mais do que a fraude bancária (78%) e o roubo da identidade (75%).
Mais de metade (52%) não se sentem bem informados quanto ao risco de cibercrime. E são também muitos (84%) os que não sabem que existem um website e email oficiais através dos quais podem comunicar cibercrimes, mais do que a tendência na UE (77%).
O Observatório de Cibersegurança foi criado em 2019, pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS). O relatório revelado tem por base dados do Eurobarómetro (Eurostat), Instituto Nacional de Estatística (INE) e Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, compara números de 2017 e 2018 e, sempre que possível, com as médias da União Europeia (UE).