Funcionamento a 100% do ensino presencial é prioridade para encarregados de educação e diretores das escolas. Realização de testes vai ser faseada.
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O plano de testagem, anunciado pelo Governo para o arranque do próximo ano letivo, foi recebido com agrado pelos pais e diretores de agrupamentos escolares, mas as estruturas ouvidas pelo JN entendem que o ideal seria que os alunos, os professores e os funcionários fossem rastreados em simultâneo, antes de as aulas começarem.
O calendário da realização de testes rápidos às comunidades educativas está dividido em três fases: começa a 6 de setembro, com os professores e funcionários, e termina a 15 de outubro, com os alunos do 3.º ciclo.
"Se os alunos vão ser testados mais tarde, quem é que garante que um professor não é infetado por um aluno que não sabia que estava positivo à covid-19?", diz Alberto Santos, membro do Conselho Executivo da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Já Rui Martins, presidente da Confederação Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), defende que, idealmente, a testagem dos diferentes elementos das escolas deveria acontecer em datas mais próximas. Mas acrescenta: "Se há essa periodicidade, é porque a organização assim o exige".
Timings da vacinação
O arranque do ano letivo, previsto entre 14 e 17 de setembro, vai contar com milhares de jovens com a vacinação completa. Para David Sousa, vice-presidente da Associação Nacional dos Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), os vários "timings" da inoculação podem estar a pesar no calendário da testagem.
"Há variáveis técnicas que não conhecemos", aponta. Este sábado e domingo decorre mais um fim de semana de vacinação para os jovens entre os 12 e os 15 anos, que fizeram o autoagendamento. As normas nas escolas para prevenir o contágio pela SARS-CoV-2, no próximo ano letivo, estão a ser trabalhadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em colaboração com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE). O processo deverá "estar concluído até dia 1 de setembro", disse o Ministério da Educação ao JN.
A Fenprof criticou, ontem em comunicado, o atraso nos esclarecimentos de aspetos de "natureza sanitária" e "pedagógica". O sindicato dos professores defende que a redução de alunos por turma ajudaria a mitigar as "dificuldades de aprendizagem", que não começaram na pandemia.
O regresso hipotético das aulas à distância é um cenário que poucos querem ver em cima da mesa. "A expectativa é atingir um objetivo fundamental, que o ano [letivo] decorra a 100% em regime presencial", conclui o dirigente da Andaep.
COVID-19
Uso de máscara nas escolas mantém-se
A máscara de proteção individual contra a covid-19 mantém-se obrigatória para os alunos a partir do 2.º ciclo do Ensino Básico e recomendada para os do 1.º ciclo, de acordo com a edição de ontem do semanário "Expresso". Contactada pelo JN, a Direção-Geral da Saúde (DGS) não esclareceu possíveis alterações nas normas das escolas e informou que o "referencial (...) será publicado nos próximos dias". Tal como o Ministério da Educação, que deu como data para a conclusão do processo até ao dia 1 de setembro, próxima quarta-feira.