Inês Sousa Real descreve a inclusão de "figuras do passado" na campanha da AD como "revivalismos" que "nada projetam para o futuro". A porta-voz do PAN visitou, esta manhã, no Porto, uma loja de produtos sustentáveis com zero plástico. E também pediu esclarecimentos a Montenegro sobre apoios sociais.
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A líder do PAN refere-se à presença do antigo primeiro-ministro e presidente do PSD, Durão Barroso, num comício da AD em São João da Madeira, ontem.
"Mais do que estarmos com revivalismos com figuras do passado da AD e em particular do PSD, nós queremos um projeto para o futuro, é o que queremos para o país. Claramente o que portugueses nao querem é um regresso ao passado de uma política que não servia para o desenvolvimento económico e sustentável", disse Sousa Real aos jornalistas, reiterando que o "PAN aposta numa política humanista, numa política que traga de volta a inclusão, a proteção, o desenvolvimento social mas de forma sustentável apostando na economia verde".
"Alterações climáticas mas também proteção animal, nada disto está presente nem no discurso de Durão Barroso nem no discurso de todos os que integram a AD", realça, numa indireta ao polémico discurso do cabeça de lista da AD por Santarém que obrigou ontem Luís Montenegro a vir a público reaformar o sue compromisso com o ambiente.
Inês Sousa Real recordou os tempos da Troika "a que ninguém quer voltar" e que são políticas costumeiras".
"Precisamos de uma reciclagem daquilo que são as regras políticas", concluiu, chamando a atenção para o local onde se encontrava em campanha. "Num local onde se pratica a economia verde e circular" com venda de produtos a granel.
Subsídio de desemprego "é direito basilar"
De roda dos produtos verdes e acompanhada por Anabela Castro, a candidata do partido pelo círculo eleitoral do Porto, Sousa Real pediu a Luís Montenegro que esclarecesse o que "pretende fazer com os apoios sociais".
"O PAN tem a preocupação é com as declarações proferidas em particular com as de Luís Montenegro, no que tem a ver com o subsídio de desemprego", afirmou a porta-voz, lembrando que "quem descontou para a Segurança Social tem o direito de receber o retorno do que foi o esforço do seu trabalho".
"Portugal é um país em que teríamos 4 milhões de pessoas em situação de pobreza se não fossem os apoios sociais", constatou, considerando "importante" que Montenegro esclareça "o que pretende e que diga ao país a sua pretensão antes do dia 10 de março, no que respeita ao direito basilar de quem descontou, e que se encontre numa siuação de fragilidade como é a situação de desemprego".
O líder da AD proferiu que "não aceita um país em que muita gente que trabalha tem menos dinheiro do que muita gente que não trabalha", causando alvoroço nos restantes candidatos a São Bento, que pediram explicações a Montenegro, nomeadamente se tenciona ou não cortar no subsídio de desemprego.
Na altura, no jantar comício de Ourém, Montenegro salientou que, com esta afirmação, não quer dizer que um Governo que possa liderar vai tirar a quem não trabalha "porque está mais vulnerável ou porque não consegue".
"O que quero dizer é que, se damos esta solidariedade a quem não está a trabalhar, temos de a dar a quem trabalha e quem trabalha não pode perder tanto do seu rendimento. É por isso que queremos baixar os impostos", explicou.