O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação divulgou, esta segunda-feira, uma base de dados com milhares de entidades com contas em paraísos fiscais onde constam 20 registos nacionais.
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Na base de dados de acesso livre agora divulgada, existem 20 registos de pessoas ou empresas com domicílio fiscal em Portugal relacionas com o estabelecimento de empresas em offshore. Existem também três entidades criadas em paraísos fiscais.
Há também 16 moradas que constam nos documentos da Mossack Fonseca, algumas repetidas, que se distribuem, na maioria, pela linha do Estoril, Lisboa e Algarve, mas também um registo no Porto.
O consórcio internacional lembra que a esta é "uma cuidadosa libertação de informação corporativa básica", garantindo que "não será divulgada correspondência pessoal", revela um comunicado.
Para além disso, "a base de dados não vai incluir registos de contas bancárias nem transações financeiras, emails ou outra correspondência, passaportes e números de telefone", porque "a informação limitada e selecionada está a ser publicada por interesse público".
O escândalo dos "Papéis do Panamá" revelou um vasto sistema de evasão fiscal que tem suscitado uma onda de choque mundial e causou a abertura de várias investigações e a demissão do primeiro-ministro da Islândia.
A investigação está a ser feita por uma centena de jornais em todo o mundo a 11,5 milhões de documentos, que revelaram bens em paraísos fiscais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.
O conjunto de documentos provém da empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214 mil entidades 'offshore' estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.