Os 17 concelhos da Área Metropolitana do Porto concentram cerca de um terço do total de infetados com o novo coronavírus do país.
Corpo do artigo
O problema agudiza-se na coroa central, com os concelhos mais populosos - Gaia, Porto, Matosinhos, Gondomar, Maia e Valongo - a registarem 25% do total nacional de casos de Covid-19.
Neste contexto, a pandemia está a afetar em grande escala as forças de socorro e de segurança. No distrito do Porto, contam-se já 98 bombeiros com resultado positivo ao teste para o novo coronavírus e 370 estão de quarentena. O JN sabe, também, que 68 agentes do Comando Metropolitano da PSP do Porto estão infetados. Há, entretanto, mais testes a ser realizados aos elementos daquela força de segurança. Só anteontem foram 120.
Uma das maiores dificuldades no Grande Porto no que toca à prevenção do contágio passou por tentar manter a população confinada às suas casas. Num momento inicial, a medida foi recebida com alguma ligeireza. Houve muita gente a ignorar os avisos da Proteção Civil e a passear nas marginais, o que levou as autarquias a encerrar aquelas zonas, além de jardins e outros espaços públicos.
A par disso, também os estabelecimentos de restauração mostraram resistência a fechar as portas.
12070972
Atraso nos dados
Outra questão determinante no início do combate ao surto na região terá sido um atraso dos dados da Direção-Geral da Saúde sobre os casos confirmados. Marco Martins, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, afirma ter contado um atraso de oito dias até a PSP e a GNR saberem quais os cidadãos cujo confinamento era obrigatório.
Mais testes nos lares
O principal desafio que se coloca agora é assegurar que todos os utentes de lares são testados. "Está a ser definido um esquema em larga escala, articulado com o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro - que ficou responsável pelo cumprimento do Estado de Emergência no Norte -, portanto os testes vão avançar em força", clarifica Marco Martins, salientando a importância das medidas que foram aplicadas pelos autarcas em cada um dos concelhos do Grande Porto.
Nesta fase, os espaços de retaguarda ganham destaque, tendo sido já identificadas várias áreas pelo Governo, revelou esta semana Eduardo Pinheiro, sem adiantar quantos serão nem em que locais. "Para o apoio a Covid-19 positivos não faz sentido dispersar porque não haverá técnicos suficientes para dar resposta", afirmou o governante.
Detalhes
Hospitais de campanha
Porto, Gondomar, Valongo, Maia são alguns dos concelhos com hospitais de campanha ou pavilhões desportivos já a funcionar para acolher doentes infetados ou não infetados sem retaguarda familiar.
Apoio domiciliário
A par dos testes aos idosos, é igualmente importante testar as equipas de apoio domiciliário. Por isso, a Câmara do Porto estendeu o rastreio dos lares a instituições para pessoas com deficiência e em situação de sem-abrigo. A medida já permitiu testar mais de 230 pessoas.