Dez jovens de oito países almoçaram com o Papa, esta sexta-feira, batatas fritas de pacote e massa com molho de tomate. Ofereceram-lhe cartas escritas e outras prendas originais, num almoço onde Francisco esteve “muito bem-disposto” e abordou temas como a eutanásia e o aborto. À sobremesa, houve manga e um semifrio.
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Os jovens selecionados pela organização da Jornada Mundial da Juventude para almoçarem com o Papa na Nunciatura começaram a refeição “tímidos”, mas rapidamente Francisco “quebrou o gelo”. “No início estávamos em silêncio, mas ele dizia logo algo para nos animar e puxava pelos assuntos. É uma pessoa simples e muito alegre, sempre com um sorriso. Fez uma piada, disse-me que os brasileiros só querem cachaça”, contou ao JN, entre risos, Pedro Carvalho, da Curitiba, no Brasil.
Foram várias as mensagens que o Chefe do Vaticano deixou aos mais novos, mas para o jovem brasileiro houve uma especial. “Perguntou a cada um de nós, um por um, se éramos descartáveis e, depois, disse-nos que ninguém é descartável, todos somos importantes. Sermos únicos e especiais foi o que mais me marcou. Outra das mensagens estava relacionada com a cultura do encontro, de sair do sofá e ir ter com os que mais precisam”, partilhou Pedro, que garante que nunca esquecerá este momento. “Estar com ele e apertar-lhe a mão foi inexplicável. No final, agradeci-lhes por acreditar nos jovens. Foi algo único que nunca vou repetir na minha vida e, para mim, foi muito importante”.
"Uma conversa normal"
Durante o almoço, os jovens dizem que falaram sobre vários assuntos que os preocupam, entre os quais o aborto e a eutanásia, sempre num tom de “muita proximidade”. “Foi sobretudo uma partilha de histórias, umas mais profundas e outras menos. Esteve um ambiente muito bom, uma conversa normal, na qual falámos muito da importância de ouvir as crianças e os mais velhos, haver uma comunhão das várias gerações”, partilhou Joana Andrade que destacou a “boa disposição” do Papa. “Estava muito bem disposto, houve muitos momentos de alegria, muitos risos. Pediu-nos para rezarmos pela paz no mundo”, contou uma dos três jovens portugueses que participaram no almoço.
No encontro, o Papa fez questão de cumprimentar cada um dos jovens e agradecer “um a um” as prendas que lhe ofereceram. “Entregámos uma camisola da Jornada da Juventude assinada por todos os colaboradores do Comité Organizador Local numa clara alusão a que todos estávamos ali estavam presentes”, contou Sebastião Ribeiro, que lançou o desafio ao Papa de não deixar Portugal sem comer um pastel de nata. Pedro Carvalho revela ainda que “houve quem trouxesse um quadro, uma cruz de Jerusalém, levada por um jovem da Palestina, mas a maioria dos jovens trouxe cartas escritas por eles”. “No papel partilhei os meus desejos, anseios e uma intenção”, que não revelou, contou o jovem brasileiro.
Luís Duarte, colombiano, guardará para sempre “o sorriso e a serenidade que o Papa transmitia”. “O que mais me tocou foi o diálogo, o Papa sempre a escutar-nos e a sorrir”, contou enquanto segurava um terço e uma medalha com os patronos da Jornada e a Sé de Lisboa gravados, presentes oferecidos pelo Papa aos jovens vindos de Portugal, Peru, Colômbia, Brasil, Filipinas, América, Palestina e Guiné Equatorial.
Segundo a Fundação JMJ, a escolha dos países representados no almoço teve em conta "muitos critérios", como a representatviidade de países e continentes e as suas experiências na jornada.