"Peço perdão a Deus e às vítimas dos abusos sexuais" - suplicou o Papa Bento XVI, ao presidir à concelebração eucarística que juntou em Roma, anteontem, no encerramento do Ano Sacerdotal, mais de 15 mil padres de todo o Mundo.
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O Papa foi muito explícito no pedido de "perdão" pelos "abusos contra menores" cometidos por padres católicos, seculares ou religiosos. Prometeu fazer "tudo o que é possível" para impedir que aqueles escândalos nunca mais se repitam. Na voz do Papa, toda a Igreja Católica se confessava publicamente, num novo passo de "tolerância zero" contra a pedofilia de clérigos. E as vítimas não foram esquecidas.
Bento XVI promete na Igreja mais controlo na eleição dos candidatos ao sacerdócio ministerial, para que, na sua formação, se possa avaliar a autenticidade da sua vocação, bem como o acompanhamento dos padres que, depois de ordenados, sintam "as situações problemáticas ou os perigos da vida" e saibam superá-las.
Os abusos de pederastia na Irlanda, Estados Unidos da América, Áustria, Itália, Holanda e Bélgica coincidiram com o Ano Sacerdotal que decorreu desde Junho de 2009 até anteontem. Essas situações obrigam a Igreja à "purificação", como reconhece o Papa.
Bento XVI utilizou na concelebração o cálice de S. João Maria Vianney, o Cura d'Ars (1786-1859), a quem proclamou padroeiro de todos os sacerdotes e não apenas, como até agora, padroeiro dos párocos.
Os padres católicos somam 408 024. A larga maioria é gente de bem, mas, ainda assim, por culpa de alguns, poucos que sejam, a Igreja e os seus padres precisam mesmo de purificação.