O Papa Francisco apelou, na bula de proclamação do Jubileu 2025, a um cessar fogo mundial e ao perdão da dívida aos países mais pobres como forma de reparação histórica.
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As recomendações do Papa constam do texto "Spes non confundit" [A esperança não desilude], que anuncia o início e fim das celebrações do próximo Ano Santo, entre 28 de dezembro de 2024 e 6 de janeiro de 2026, naquele que será o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja. O Jubileu marca um ano considerado santo pela igreja católica e é assinalado pelo Papa com recomendações e apelos aos líderes mundiais.
No documento, Francisco lamenta que a humanidade se mostre “esquecida dos dramas do passado”, estando de “novo submetida a uma difícil prova, que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência”. No texto, o Papa pede empenho da diplomacia para se “construírem, de forma corajosa e criativa, espaços de negociação com vista a uma paz duradoura" e condena a “chaga escandalosa” da fome, dirigindo-se aos responsáveis das nações mais ricas para que “reconheçam a gravidade de muitas decisões tomadas e estabeleçam o perdão das dívidas dos países que nunca poderão pagá-las”.
“Mais do que magnanimidade, é uma questão de justiça, agravada hoje por uma nova forma de desigualdade de que se vai tomando consciência: com efeito, há uma verdadeira ‘dívida ecológica’, particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais efetuado, historicamente, por alguns países”, refere a bula “Spes non confundit”.