Parlamento cercado por blocos de cimento na véspera da manifestação de polícias
A manifestação das forças de segurança marcada para esta quinta-feira, em Lisboa, será alvo de medidas de segurança nunca antes implementadas. A escadaria do Parlamento foi protegida por blocos de cimento.
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Para além das tradicionais grades, a escadaria do Parlamento, onde terminará o desfile reivindicativo de elementos da GNR e da PSP, estará protegida por blocos de cimento, nunca antes utilizados.
Para o presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, trata-se de um ato "vergonhoso". "A casa da Democracia está a ser cercada. Para além das grades que já nos habituaram, agora também, imagine-se, com blocos de cimento de quase uma tonelada cada. Mas em que país estamos em que os maus da fita, afinal, são aqueles que todos os dias são o garante da segurança e do Estado de Direito Democrático?!!! Que país é este que menospreza as suas forças de segurança?", questiona o dirigente associativo. César Nogueira alega que "as forças de segurança têm o direito a tratamento igual a todos os trabalhadores" e que, nesse sentido, só pode classificar como "vergonhoso" o uso dos blocos de cimento.
Já o Sindicato Unificado da Polícia e Segurança Pública compara os blocos de cimento ao muro de Berlim. "Este é o cenário que está a ser montado junto à casa da democracia, para receber amanhã os polícias. O Governo não tem que ter medo, o Governo deve é ter vergonha na forma como tem tratado as forças de segurança, com as suas múltiplas promessas, com a ausência de condições de trabalho, salário digno, entre outros", alega.
Esta medida de segurança surge depois do comando da PSP de Lisboa ter proibido que os seis agentes marcassem o gozo de folgas ou dias de férias para esta quinta-feira. Para as associações sindicais ligadas aos polícias tratou-se de uma tentativa de condicionar a participação dos polícias na manifestação que reivindica melhores salários, a pré-aposentação aos 55 anos e a atribuição de um subsídio de risco. Mas segundo o comando de Lisboa nada mais é do que uma medida para garantir a segurança de uma manifestação que contará, espera-se, com a presença de mais de dez mil pessoas.