A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, o projeto de resolução do PCP que recomenda ao Governo que "recorra a todos os instrumentos ao seu alcance para impedir o encerramento" da antiga Triumph.
Corpo do artigo
No período de votações no plenário da Assembleia da República desta quinta-feira, o projeto de resolução do PCP sobre a empresa Têxtil Gramax Internacional (antiga Triumph, localizada no concelho de Loures) teve luz verde de todos os partidos com assento parlamentar.
No texto, é recomendado ao Governo que "recorra a todos os instrumentos ao seu alcance para impedir o encerramento da empresa Têxtil Gramax Internacional". É ainda solicitado que seja garantida a manutenção de "todos os postos de trabalho e o cumprimento dos direitos dos trabalhadores".
Os trabalhadores da antiga Triumph estão em vigília à porta da empresa desde sexta-feira da semana passada, quando tomaram conhecimento de que a administração tinha iniciado um processo de insolvência.
Na quarta-feira, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve nesta vigília, em solidariedade com os trabalhadores, tendo considerado que o Governo não se pode alhear, nem ficar indiferente à situação na antiga Triumph, criticando a ausência e o silêncio do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
O PCP já garantiu que vai questionar o ministro da Economia sobre a situação da empresa no parlamento, na próxima terça-feira, dia para o qual está agendada uma audição regimental na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.
Também nesta quarta-feira, a comissão parlamentar de Economia aprovou, por unanimidade, uma proposta dos comunistas contra o encerramento da fábrica, solicitando a intervenção do Governo para ajudar a encontrar uma solução, inclusive novo comprador.
No mesmo dia, o BE questionou o Governo sobre como vai intervir para travar o encerramento da fábrica da antiga Triumph e garantir os postos de trabalho, querendo saber que apoios estão a ser dados aos trabalhadores com salários em atraso.
Há cerca de um ano, a 4 de janeiro de 2017, Manuel Caldeira Cabral congratulou-se com o facto da antiga fábrica de roupa interior da Triumph continuar a laborar em Portugal e manter os cerca de 500 postos de trabalho, durante uma visita à fábrica na qual foi informado pela atual administração da TGI do plano de negócios, que previa a "diversificação do portefólio de produção" assim como a "expansão a novos mercados de exportação".
A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2017 pela empresa Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço.
O processo de venda, que decorreu durante um ano, chegou a ser muito contestado pelos cerca de 500 trabalhadores, assim como pela Câmara Municipal de Loures, que temiam que a fábrica encerrasse definitivamente.