No primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), centenas foram-se juntando, ao longo da tarde, no Parque Eduardo VII, para a missa que arranca oficialmente o encontro mundial de jovens com o Papa.
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Há quem tenha planeado o dia de forma a garantir lugar o mais próximo do palco. Outros preferiram aproveitar as sombras espalhadas pelo recinto.
Para alguns, há de facto pressa no ar. Letícia, Paola, Juliana, Mariana e Tiago chegaram à Colina do Encontro de “manhãzinha”, o que lhes garante um lugar mesmo nas grades que dividem os setores dos peregrinos do dos membros do clero. Ainda assim, ficam a uns kms de distância do palco. São os rostos da animação que se vive neste recinto do encontro. Dançam ao som de um artista católico brasileiro. Sabem as letras de trás para a frente. “Se tem festa, tem brasileiro”, brincam.
Os jovens, cada um da sua região no Brasil, foram chegando às gotas a Portugal na quarta e sexta-feira e também no domingo. Conheceram-se na Igreja Paroquial do Imaculado Coração de Maria, em Sobreda, no concelho de Almada, onde estão alojados. É a primeira vez que participam num encontro. “Este é um ambiente completamente diferente. É incrível ver que a nossa fé alcança tanta gente de tantos países. É algo imaginável”, partilha Letícia.
O ambiente era de festa com diversos artistas com estilos musicais diferentes a passarem pelo altar palco. Numa outra ponta da grade, a boa disposição também se faz sentir num grupo de 16 jovens portugueses que se faz identificar por uma grande bandeira branca do colégio onde estudam. São alunos do Externato de São José, no Restelo, em Lisboa.
“O bom da Jornada é podermos conhecer outras pessoas neste ambiente de música e felicidade. É este espírito de estar com o outro e poder partilhar as nossas vivências”, afirma Margarida. A adolescente deixa uma certeza: chegaram ao calor da tarde para marcar lugar e só planeiam sair após a missa de abertura que será presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
Por viverem em Lisboa têm conhecido vários peregrinos de outras nacionalidades, nos últimos dias, nos passeios pela cidade. “Já no autocarro para aqui viemos a cantar com um grupo do Chile”, exemplifica Marta.
Mais atrás, fora do mar de gente, João e Katheline tentam fugir ao calor numa pequena sombra ao pé dos arbustos. O grupo de 45 peregrinos britânicos então alojados em Fátima durante esta semana. Para participarem nos eventos na capital terão de fazer cerca de três horas de autocarro todos os dias.
“Nós já tivemos uma pequena Jornada Mundial da Juventude na semana passada durante o Dia da Diocese no Porto. Caminhamos muito conhecemos muita gente de todo os cantos do Mundo. A forma acolhedora como nos têm recebido tem ajudado imenso”, conta Katheline. Durante as várias viagens, João aproveita para ensinar um pouco de português aos companheiros. O jovem já nasceu no Reino Unido, mas os pais são naturais da Madeira. Tem sido o braço direito deste grupo que rumou da parte leste de Londres até Portugal.
O setor da frente está reservado para os milhares de bispos e padres que irão concelebrar a missa.
Para se protegerem do calor abrasador desta tarde, milhares trouxeram os panamás, os chapéus de sol e os leques consigo. Por todo o recinto estão vários pontos para encher as garrafas de água e bebedouros.
Todo o recinto está delimitado por um perímetro de segurança desde a Praça dos Restauradores, ao longo da Avenida da Liberdade até ao Parque Eduardo VII. Qualquer pessoa pode assistir aos eventos. Só é possível entrar pelos locais sinalizados pela PSP, depois de se ser revistado.