Os 17 partidos que concorrem às autárquicas de 26 de setembro contam gastar 4,6 milhões de euros com a campanha. Mas a conquista do voto do eleitorado vai ficar mais cara. É que, para já, os orçamentos disponíveis na página do Tribunal Constitucional referem-se apenas a despesas centrais dos partidos. Faltam as previsões de contas da maioria das candidaturas. O PSD deu um teto aos seus 65 mil candidatos: um total de 9,2 milhões de euros, menos 28% do que em 2017.
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Em termos de despesas centrais com as campanhas, ou seja, despesas que serão suportadas pelas direções nacionais, o PS foi o que apresentou o orçamento mais elevado, estimando receitas e despesas de 1,3 milhões de euros. O que não é de espantar. O PS é o único partido a concorrer às 308 câmaras do país. E também é o que avança a mais freguesias: a 2759 das 3091 freguesias do país.
No total são mais de 50 mil os candidatos socialistas, numa campanha em que, para o secretário-geral-adjunto, José Luís Carneiro, o "dever de todos" é "combater a abstenção".
A maior fatia do orçamento do PS vai para a conceção da campanha (410 mil euros), para comícios (300 mil euros) e propaganda, como cartazes (200 mil euros).
chega gasta 1,2 milhões
O segundo partido com um orçamento mais elevado é o Chega. Mas as previsões de contas do partido de André Ventura, ao contrário do PS, contam com as despesas das suas 220 candidaturas. Um número "histórico para um partido com a duração e a estrutura que o Chega tem", considerou Ventura.
O Chega prevê gastar, assim, 1,2 milhões de euros com a campanha das autárquicas, 50 mil euros dos quais serão despesas suportadas pela direção nacional.
Tal como o Chega, o Bloco de Esquerda também associou as despesas das suas 115 candidaturas a câmaras. Por isso, o BE, que avança também a 309 freguesias, é o terceiro partido com um orçamento mais elevado: 1,1 milhões de euros.
Entre as candidaturas bloquistas mais dispendiosas estão Lisboa, com 59,6 mil euros; Porto, com 48,1 mil euros; Sintra, com 30, 2 mil euros; e Vila Nova de Gaia, com 27,8 mil euros.
Os restantes 14 partidos que concorrem às autárquicas apresentaram orçamentos bem mais modestos. Nesse grupo estão os sociais-democratas, que centralizaram despesas no valor de 75 mil euros. No entanto, os seus 65 411 candidatos têm um bolo de 9,2 milhões de euros para gastar, menos 28% do que em 2017, quando o partido gastou 12,8 milhões de euros.
"O PSD está comprometido num maior rigor na gestão das suas despesas, tendo criado novos procedimentos de controlo prévio da realização de gastos, com validação pela sede nacional dos documentos contabilísticos. O objetivo do PSD continua a ser a aposta na transparência, no rigor e na melhoria do seu processo de prestação de contas à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos", avançou o partido, em comunicado.
despesas mais baixas
Com 23 candidaturas, o Nós Cidadão entregou no Tribunal Constitucional um orçamento no valor de 343 mil euros. Já a Iniciativa Liberal avança a 53 concelhos (46 candidaturas próprias, seis em coligação e o apoio ao independente do Porto, Rui Moreira), estima gastar 190,1 mil euros.
Por sua vez, o PAN, que avança a 43 câmaras municipais e 69 juntas de freguesia, representa 165,1 mil euros do total de 4 610 513 milhões de euros de despesas estimadas pelos partidos.
O CDS, que estará presente em 251 concelhos, prevê suportar 100 mil euros de despesas, metade dos quais com a colocação de cartazes e conceção da campanha.
Por sua vez, o PPM prevê gastar dez mil euros com a campanha, o Livre 10,3 mil euros com sete candidaturas, o RIR de Vitorino Silva nove mil euros também com sete candidatos e o MPT orçamentou seis mil euros para 11 listas.
Já o PDR orçamentou 2500 euros, o Partido Trabalhista dois mil euros, o Movimento Alternativa Socialista 1500 euros (com três candidato), o Ergue-te 500 euros e o PCTP-MRPP 350 euros.
14,7 milhões em 2017
Há quatro anos, o PS apresentou-se sozinho a votos em 287 concelhos, tendo apresentado um orçamento de 14,76 milhões de euros para essas candidaturas. Porto e Gaia foram os concelhos mais dispendiosos, com gastos previstos e campanha respetivamente de 360 e 303 mil euros.
Em 304 concelhos
Em 2017, a CDU avançou a 304 concelhos (este ano são 306) com uma estimativa de gastos de 7,2 milhões de euros. A campanha mais cara foi a do Seixal, com despesas de 155 mil euros.
Menos 16 câmaras
Os bloquistas avançam, nas eleições de 26 de setembro, a 115 autarquias. Há quatro anos, concorreram sozinhos a 131, ou seja, a mais 16 câmaras, tendo apresentado um orçamento de 1,3 milhões de euros, mais 200 mil euros do que no das autárquicas deste ano.
PAN sem erros
Nas autárquicas, as candidaturas têm de ser entregues nos tribunais de comarca. Mas é ao Tribunal Constitucional, mais concretamente à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), que têm de apresentar orçamento e relatório de contas. Há quatro anos, a ECFP detetou irregularidades em todas as candidaturas partidárias, exceto na do PAN.