O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, foi atingido com pó de tinta verde, este domingo, durante um comício em Lisboa por dois ativistas que apareceram no palco onde discursava, com um cartaz contra os combustíveis fósseis.
Corpo do artigo
Rui Tavares: democracia é confronto de ideias
O porta-voz do Livre condenou o ataque e lembrou que a democracia é um confronto de ideias.
“A democracia é confronto de ideias - apenas ideias. Tudo o que saia destes limites, incluindo a violação de espaço e segurança pessoal, como fizeram com Rui Rocha hoje, não pode fazer parte e deve ser condenado”, escreveu Rui Tavares numa publicação na sua conta na rede social X (antigo Twitter).
Mandando um abraço a Rui Rocha, o dirigente do Livre desejou uma campanha eleitoral segura para todos.
Inês Sousa Real: desrespeito pela democracia
Em declarações aos jornalistas em Vila Nova de Famalicão, durante uma visita à Festa da Flor, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, disse compreender que os ativistas estejam frustrados e zangados “com os grandes partidos, que preferem dar borlas fiscais a quem mais polui e lucra”.
No entanto, acrescentou: “achamos que é prejudicial este tipo de ações, é um desrespeito para quem está a trabalhar em prol da democracia”.
A porta-voz do PAN admitiu que tem muitas divergências políticas e ideológicas com a Iniciativa Liberal e o seu líder, Rui Rocha, que classificou “negacionistas das alterações climáticas”.
“Mas não é atirando tinta a quem está a trabalhar em prol da democracia, que tem uma agenda política diferente da nossa, que estamos a contribuir para que as pessoas fiquem mais esclarecidas da importância de termos governantes alinhados e preocupados com o facto de que se o clima mudou, eles também têm que mudar nas suas políticas”, acrescentou.
Por isso, deixou o apelo aos ativistas climáticos: “a razão está do nosso lado, não a percamos”.
Ventura: “péssimo serviço à democracia”
O presidente do Chega, André Ventura, condenou o incidente em que o líder da IL foi atingido com pó verde e considerou que quem o fez prestou "um péssimo serviço à democracia".
"É muito grave. É grave que os ciganos andem a perseguir a comitiva do Chega, é grave que haja miúdos do clima a atingir outros adversários, é grave porque mostra que não estão acostumados à democracia", afirmou.
Em declarações aos jornalistas no final de uma breve arruada em Elvas, distrito de Portalegre, o presidente do Chega considerou que estas são "pessoas sem sentido democrático" e defendeu que os partidos não podem "ser condicionados a andar na rua" durante a campanha eleitoral.
"Só mostra que isto é gente sem qualquer sentido democrático. Quem ataca adversários, quem nos persegue, quem nos ameaça, quem nos atira coisas, está a fazer um péssimo serviço à democracia, seja quem for que seja o alvo. E é isso que eu acho que um líder político deve dizer, é muito grave e só mostra que essa malta, sobretudo a malta de esquerda, tem mau sentido democrático e não sabe viver com a democracia", afirmou, fazendo um paralelo com os protestos de pessoas da comunidade cigana na campanha do Chega.