Valor que partidos estimam gastar na campanha é inferior ao das eleições do ano passado. PSD e PS investem juntos quase cinco milhões de euros e o PAN e Livre não vão além dos 150 mil euros. Propaganda, cartazes e comícios absorvem grande parte do dinheiro.
Corpo do artigo
Os partidos com assento parlamentar esperam gastar pelo menos 6,6 milhões de euros na campanha eleitoral para as legislativas de 18 de maio, longe dos 10,7 milhões de euros desembolsados nas eleições do ano passado. Dos partidos que responderam ao JN, o PSD e o PS juntos vão investir quase 5 milhões de euros. Já o Livre e PAN são os mais poupados e ficam pelos 150 mil euros. O prazo para a entrega das candidaturas e do orçamento da campanha terminou ontem.
A menos de um mês para o início da campanha eleitoral, os partidos já fizeram as contas e a palavra de ordem aponta para a contenção de custos. À cabeça está a coligação PSD/CDS, que espera gastar 2,5 milhões de euros, depois dos 3,51 milhões que desembolsou em 2024. A maioria do dinheiro resulta da subvenção estatal (2,2 milhões de euros) e de 300 mil euros de investimento dos próprios partidos. Entre os gastos, destacam-se 500 mil euros para comícios, 500 mil euros para custos administrativos e operacionais, 200 mil euros para a conceção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado, 250 mil euros para propaganda, comunicação impressa e digital e 80 mil euros para brindes.
Já os socialistas orçamentaram a campanha em 2,2 milhões de euros, um valor distante dos 3,5 milhões investidos nas últimas legislativas. Quase metade da despesa é para comícios e espetáculos (650 mil euros) e para a conceção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado (600 mil euros). Para propaganda, comunicação impressa e digital o PS destinou 420 mil euros e 300 mil euros para estruturas, cartazes e telas. Do total do orçamento, que representa 100% da subvenção estatal, o partido de Pedro Nuno Santos vai gastar ainda 180 mil euros em brindes e 100 mil euros em custos administrativos e operacionais.
Por sua vez, os liberais apresentaram um orçamento de 575 mil euros, na sua maioria correspondentes à subvenção pública. Ao JN, o partido de Rui Rocha indica que esta "será uma campanha mais curta" e que o orçamento da Iniciativa Liberal "pretende garantir que a mensagem e as propostas liberais chegam a todos os portugueses".
Partidos com menos dinheiro
Noutra dimensão está a CDU, que não vai além dos 595 mil euros, menos 61,4 mil euros do que a despesa do ano passado. Ainda assim, o orçamento da coligação do Partido Comunista com o partido Os Verdes vai além da subvenção estatal, que é de 441 mil euros. Nas contas, foram adicionados 144 mil euros de contribuição do PCP e do PEV e 10 mil euros de angariação de fundos. Quanto às despesas, a maioria do dinheiro está destinado para os custos administrativos e operacionais (275 mil euros), propaganda, comunicação impressa e digital (134 mil euros) e estruturas, cartazes e telas (106 mil euros). Vão ser ainda gastos 60 mil euros em comícios, espetáculos e caravanas e 20 mil euros para "outras" despesas.
Também à Esquerda, o Bloco estima gastar mais do que os 386, 4 mil euros da subvenção estatal, juntando mais 68 mil euros da contribuição do partido e cinco mil euros da angariação de fundos. Os custos administrativos e operacionais representam a maioria da despesa (164,6 mil euros), seguindo-se os comícios e espetáculos (109,2 mil euros) e as estruturas, cartazes e telas (104,4 mil euros).
Já o Livre não vai além dos 150 mil euros, que correspondem na sua totalidade à subvenção estatal. Recorde-se que o partido de Rui Tavares conseguiu eleger quatro deputados nas legislativas de 2024. Nessa campanha, o Livre desembolsou 151,2 mil euros. As estruturas, cartazes e telas vão absorver 55 mil euros do orçamento, seguindo-se 35 mil euros para comícios e espetáculos e 20 mil euros para propaganda, comunicação impressa e digital. Por fim, o PAN adiantou que vai gastar 150 mil euros, mas não especificou as rubricas.
O JN contactou o Chega, mas não obteve respostas em tempo útil.