O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta terça-feira, que a meta de redução da dívida pública para 125% do Produto Interno Bruto traçada para este ano vai ser cumprida.
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"Nós cumpriremos até ao final deste ano a meta de 125% que nos propusemos", afirmou o chefe do executivo PSD/CDS-PP, numa conferência sobre política fiscal promovida pela TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
"Nós temos tido a possibilidade, durante este meio ano, este primeiro semestre, de ter uma política prudente, de captar, em boas condições de mercado, o financiamento de que precisávamos para o ano todo. E teremos na segunda metade de ano a possibilidade de vir a amortizar dívida pública sem qualquer stresse financeiro e, portanto, em melhores condições. Acabaremos o nosso ano dentro daquilo que é a meta que estipulámos", reforçou.
O primeiro-ministro introduziu este tema no seu discurso referindo que, no anterior período de governação do PS, "de 2005 a 2011", o rácio da dívida pública "cresceu quase 40 pontos percentuais, passando de 60 e muitos por cento do PIB para, à data do segundo trimestre de 2011, valores de cerca de 109% do PIB".
Quanto à evolução da dívida pública na atual legislatura, disse: "A despesa, apesar de estar controlada e até a ser reduzida em termos estruturais, não impediu, por grande efeito da recessão e do alargamento do perímetro, que o nosso rácio de dívida pública tivesse aumentado para quase 130%".
Depois, referindo-se ao facto de o Banco de Portugal ter revelado que entre abril e maio a dívida pública aumentou, Passos Coelho acrescentou: "É importante esclarecer todas as pessoas que isso não é um resultado anual".
"Isso deve-se ao facto de nós termos tido uma política prudente, conduzida pelo IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) e pelo Tesouro, que permitiu que nós conseguimos ir a mercado só em maio emitir cerca de 4 mil milhões de euros em obrigações, sem ter procedido a qualquer amortização - porque este ano a amortização mais importante de dívida pública ocorrerá em outubro, e são cerca de 5,4 mil milhões de euros", acrescentou.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP concluiu que "a meta de 125%" traçada para este ano será cumprida.
"Trazê-la para baixo de 100% do PIB é aquilo que nós temos de fazer nos próximos anos. Nós temos já hoje um resultado que eu julgo que é importante", considerou.