O presidente do PSD acusou, esta sexta-feira, o primeiro-ministro socialista de um "ataque descabelado" ao governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa. E defendeu Cavaco Silva: "um dos presidentes mais atacados".
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Para Passos Coelho, é a cultura democrática e o respeito institucional que estão a ser colocados em jogo pelo PS.
Segundo o líder social-democrata, "o clima que se está a criar e os sinais que se estão a dar, são sinais de intranquilidade e avessos à confiança que precisávamos gerar".
"O último sinal perigoso que registámos aconteceu ainda esta semana, quando se deu este episódio inédito de um ataque descabelado do primeiro-ministro ao Banco de Portugal, ao regulador, entidade independente supervisora", disse no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, em Santarém.
"O que aconteceu esta semana é inaceitável. Qualquer que seja a questão subjacente entre órgãos de soberania entre o Governo e entidades independentes, nada justifica o ataque institucional declarado àquilo que é independente", descreveu, salientando que "[Isto] parte de um Governo que sabe que para conduzir a estratégia de desnorte em que mergulhou precisa comandar tudo e ter quem lhe obedeça e quem discordar a bem e a mal tem de mudar".
Passos destacou então o exemplo do "ataque" levado a cabo pelos "partidos de maior radicalismo" contra Cavaco Silva, para exemplificar a estratégia da Esquerda.
"O Presidente da República ainda em exercício de funções - parece que há pessoas que se esquecem que o Presidente da República Cavaco Silva ainda é Presidente da Republica - foi provavelmente um dos um dos presidentes mais atacados em Portugal pelos partidos políticos de maior radicalismo e populismo em Portugal; mas também pelo Partido Socialista", defendeu.
Referiu o ex-primeiro-ministro que "o PS tem-se comportado de forma muito próxima com esses partidos dentro da tal lógica: 'quero, posso e mando'. E são muito tolerantes quando se concorda com eles. Quando não se concorda com eles, atacam violentamente as instituições", concluiu.