Pedro Passos Coelho anunciou, esta terça-feira à noite, que não será candidato à liderança do PSD, assumindo que não sai ileso de um "resultado pesado", que o surpreendeu.
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"Disse que não me demitiria fosse qual fosse o resultado. Reafirmo o que disse, mas como não saio ileso destes resultados, decidi não me apresentar a uma recandidatura à liderança do PSD", disse Pedro Passos Coelho, esta terça-feira à noite, na abertura do Conselho Nacional do PSD, em Lisboa, admitindo a realização de diretas .em dezembro
Apesar de considerar que tinha condições para lutar pela liderança do partido, caso quisesse recandidatar-se, Passos Coelho optou por anunciar que não entra na peleja. "Ficar seria oferecer a caricatura de estar agarrado ao poder", disse o ainda líder do PSD.
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Num discurso em que começou por fazer uma reflexão sobre os resultados das eleições de domingo, que "dois dias depois não parecem ser tão maus como à partida", Pedro Passos Coelho revelou a "surpresa com o resultado das eleições" autárquicas.
"Foi um resultado pesado", disse, recordando que só uma vez o partido esteve pior em número de câmaras conquistada, em 1982, "numa situação complexa", como lembrou.
"As eleições, apesar de locais, têm sempre uma leitura nacional e um significado nacional. Estes resultados responsabilizam e penalizam a liderança nacional", disse Passos Coelho, anunciando que não se demite nem se candidata de novo à liderança do partido.
"Na avaliação que faço das circunstâncias políticas na sequencia deste resultado uma nova liderança do PSD terá melhores possibilidades de progressão e de sucesso, do que uma que pudesse encabeçar", resumiu Passos Coelho.
"Se eu permanecesse vitorioso à frente do PSD, como líder do PSD, em vez de estar a construir uma alternativa de Governo, estaria em permanência a combater o preconceito e a ideia feita de que estava agarrado ao poder do partido e de que estava a resistir ceder o lugar a quem tem melhores ideias, melhores estratégias para levar o partido a melhor porto", justificou Pedro Passos Coelho.
"Não ficarei cá a rondar", disse Passos Coelho, prometendo "lealdade" a "quaisquer que sejam as pessoas" que sucedam na liderança do partido.