O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou, em Sesimbra, que a Caixa Geral de Depósitos está "sem rei nem roque" e reafirmou a ideia de que os novos administradores são obrigados aos deveres de transparência.
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"Parece que anda tudo sem rei nem roque. Não há quem mande? Não há quem tenha coragem de dizer o que se deve fazer?", questionou o líder do PSD, sublinhando que esta é a segunda vez que acontece uma situação do género com a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Alguém aceitou aquele encargo, julgando que ia trabalhar para a 'Banca Privada'
"A primeira vez demorou demasiado tempo a substituir a administração que estava e que não queria e não sabia se tinha (a administração) que queria para depois", lembrou Pedro Passos Coelho, que considerou a atual situação "um filme de fraca qualidade".
Para o líder do PSD, é importante clarificar se a atual administração pretende cumprir a lei, lembrando que se está a "tratar da principal instituição financeira do país" e que "toda a gente está obrigada, no Estado, ao dever de transparência".
"Alguém aceitou aquele encargo, julgando que ia trabalhar para a 'Banca Privada"", acrescentou o dirigente social-democrata, que falava no encerramento da 6.º Convenção Autárquica do PSD de Setúbal, em Sesimbra.
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"Alguém pensou, no Governo, que podia isentar uma certa classe de gestores do escrutínio público e do dever de transparência, quanto aos seus rendimentos?", questionou Pedro Passos Coelho, lembrando o parecer do presidente da República, que, segundo o líder do PSD, "recomenda ao Governo, ou ao parlamento, a resolução do problema".
No discurso que proferiu no encerramento da Convenção Autárquica do PSD no distrito de Setúbal, Pedro Passos Coelho disse também que aguarda para saber se o Governo pretende avançar sozinho ou se está disponível para aceitar algumas ideias do PSD para alterar a Lei das Finanças Locais e as atribuições e competências dos municípios.
Objetivo do PSD para as próximas eleições autárquicas é "ter o maior número de mandatos"
Pedro Passos Coelho também deixou claro que o objetivo do PSD para as próximas eleições autárquicas é "ter o maior número de mandatos".
Na intervenção que fez em Sesimbra, Pedro Passos Coelho afirmou ainda que Portugal "está a pagar mais 350 milhões de euros em juros da dívida, do que deveria estar a pagar", se tivesse um desempenho idêntico ao de há um ano atrás, que o colocava mais próximo de países como Espanha e outros países do euro.
"Não estamos só a pagar mais. Estamos a pagar mais do que seria necessário, quando olhamos para o comportamento de outros países que, como nós, dependem do Banco Central Europeu (BCE). Portugal é o país da zona euro que paga juros mais caros pela dívida emitida", disse.
"350 milhões de euros é dinheiro. Dava para pagar mais divida e ficar menos juros de futuro, ou, em alternativa, para poder atualizar as pensões sem estar a criar novos impostos. Já não era mau", disse o líder do PSD.