O líder parlamentar do PS desafiou o primeiro-ministro, pela segunda vez, para um debate público com o secretário-geral socialista, António Costa, mas Passos Coelho remeteu esse frente-a-frente para o período de campanha eleitoral.
Corpo do artigo
Durante o debate quinzenal, na Assembleia da República, Ferro Rodrigues e Pedro Passos Coelho travaram um dos debates mais acesos desta sessão legislativa.
Ferro Rodrigues acusou a maioria PSD/CDS de procurar colocar as propostas resultantes do cenário macroeconómico do PS no centro da discussão política e avisou que os socialistas travarão essa tentativa de marcação de agenda, não deixando de colocar em primeiro plano a "denúncia" sobre as consequências das políticas do Governo "na destruição do Estado social, aumento da pobreza, do desemprego e da emigração", ou na "subida do insucesso escolar".
Neste contexto, Ferro Rodrigues lembrou o primeiro desafio que fez a Passos Coelho enquanto presidente do Grupo Parlamentar do PS, no começo da presente sessão legislativa. "O dr. António Costa certamente aceitará um debate consigo em qualquer uma das televisões. Hoje repito esse desafio, porque é preciso debater politicamente as vossas e as nossas propostas", declarou.
Passos Coelho respondeu no final da sua primeira resposta ao líder da bancada socialista: "Farei todas as discussões com o dr. António Costa, não tenho qualquer problema em relação a isso, teremos campanha eleitoral em Portugal, altura em que confrontaremos bem todas as nossas opiniões".
No entanto, segundo Passos Coelho, até à campanha eleitoral chegar, "o parlamento fará o seu trabalho".
"E eu farei o meu como chefe do Governo. Não vou aqui abordar matéria de natureza partidária, porque não estou aqui como um chefe partidário. Como chefe do Governo, tenho orgulho em apresentar aos portugueses um caminho de recuperação e não o caminho da espiral recessiva", disse, para depois referir que Ferro Rodrigues, antes de desempenhar as funções de líder parlamentar do PS, no final de 2013, assinou um manifesto a reclamar da reestruturação da dívida portuguesa.
"Isso não o farei", afirmou Pedro Passos Coelho, recebendo uma prolongada salva de palmas das bancadas do PSD e do CDS.