O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reconheceu que o resultado da CDU, com uma "percentagem abaixo" da alcançada nas eleições legislativas de 2022, "significa um desenvolvimento negativo", mas ressalvou que constitui, ainda assim, "uma importante expressão de resistência".
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"Não é coisa pouca", insistiu Paulo Raimundo, lembrando que, no início da campanha eleitoral, foi-lhe perguntado como é que "encararia a hipótese de ser o primeiro secretário-geral que ia ter um partido nas mãos sem representação parlamentar".
Com 98,94% dos votos contados, a coligação, que une o PCP e o PEV, elegeu três deputados: o próprio Paulo Raimundo, em Lisboa, Paula Santos, em Setúbal, e Alfredo Maia, no Porto. Em 2022, tinha conseguido seis parlamentares: um em Beja, dois em Lisboa, um no Porto e dois em Setúbal.
O seu antecessor à frente dos comunistas, Jerónimo de Sousa, foi uma das dezenas de pessoas, incluindo muitos jovens, que assistiram ao discurso no quartel-general da coligação, num hotel, em Lisboa. A "falsificação de posicionamentos do PCP para alimentar preconceitos anticomunistas e estreitar o seu espaço de crescimento", a "promoção de forças [...] reacionárias" e a estratégia adotada pelos "dois candidatos a primeiro-ministro" foram algumas das explicações apontadas por Paulo Raimundo para a queda do partido, que perde deputados pela terceira eleição consecutiva.
O secretário-geral do PCP acrescentou que "os trabalhadores e o povo podem contar com a CDU para defender os seus direitos". "Partimos para esta batalha com a ideia de que a CDU ia desaparecer. [...] A sociedade enganou-se, porque o povo respondeu dizendo que a CDU faz falta", afirmou, convicto que, com mais duas semanas de campanha, a dinâmica teria sido "imparável": "É a força que temos, foi a expressão que o povo nos entendeu dar. É com esta força que nós vamos continuar a cumprir todos os compromissos que assumimos", reiterou.