O secretário-geral do PCP diz que tudo fará para mitigar “perceções erradas” sobre o partido. Paulo Raimundo reiterou que o PCP está aberto ao regresso dos Renovadores
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O secretário-geral do PCP reconheceu que o partido não fez “tudo ao seu alcance” para diminuir “perceções erradas” que existem sobre os seus posicionamentos a nível internacional, desde logo sobre a guerra na Ucrânia. Foi com “mea culpa” que Paulo Raimundo olhou para a perda de eleitores nas últimas eleições legislativas. O partido “não fez tudo bem”, com exceção das regionais na Madeira e nos Açores, considerou, mas “seria injusto atribuir apenas ao PCP a responsabilidade”.
A autocrítica sobre a forma como os comunistas passam a mensagemsobre conflitos internacionais foi feita pelo líder comunista, em entrevista à agência Lusa, a propósito do XXII Congresso do PCP, que se realiza entre 13 e 15 deste mês, em Almada. Raimundo reconheceu que o partido precisa de “encontrar as formulações e formas de não contribuir para aumentar essa perceção errada”.
O comunista concretizou esta reflexão com a guerra na Ucrânia. “Generalizou-se a ideia de que o PCP é pela guerra e, como se não bastasse isso, ainda é apoiante do Putin e outras abstrusidades desse tipo”, lamentou, garantindo que o PCP vai fazer “tudo o que estiver ao seu alcance” para mitigar essa perceção errada.
Raimundo reiterou o apelo para que os dissidentes chamados “Renovadores” regressem ao partido. Perante a situação atual do país “todos são bem-vindos”, independentemente das opções que tomaram no passado, sublinhou, acrescentando que já houve independentes que se reaproximaram.
Os principais rostos dos Renovadores foram expulsos em 2002 quando o secretário-geral era Carlos Carvalhas. Agora, tem havido uma aproximação.
A composição do Comité Central do PCP também deverá mudar. A Direção será mais pequena, com mais jovens e mais mulheres, embora não seja ainda atingida a desejada taxa de representatividade, admitiu o comunista.