O PCP criticou esta sexta-feira o impasse e o "empurrar com a barriga" do Conselho Europeu na resposta à pandemia de Covid-19 e defendeu que Portugal tem de tomar "as medidas necessárias que se impõem".
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Num comunicado em vídeo, distribuído pelo gabinete de imprensa, o eurodeputado João Ferreira criticou "a ausência de respostas aos problemas resultantes do surto de Covid-19".
"A ausência de solidariedade da União Europeia é gritante desde logo no mais básico: proteger a saúde das pessoas, salvar vidas, concertar esforços para adquirir, de acordo com as necessidades, equipamentos e material médico", afirma, no vídeo-comunicado, João Ferreira, que é também membro do comité central do partido.
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O Conselho Europeu de quinta-feira decidiu lançar um programa de recuperação da economia europeia para o pós-crise de Covid-19 e de mobilizar uma linha de financiamento de 240 mil milhões de euros, mas falhou um consenso para a criação de um instrumento comum de emissão de dívida, evidenciando-se divisões entre os líderes europeus.
Para o eurodeputado comunista, ao nível das consequências económicas, o "guião que agora é seguido" pelos 27 "parece decalcado na resposta à crise [financeira] de 2008".
"Aí temos novamente os bloqueios, as contradições, os impasses no Conselho Europeu, as manifestações de intolerância e de arrogância, o empurrar com a barriga o que poderão ser reais soluções para ajudar os Estados membros", afirmou.
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Esta atitude, criticou ainda, "contrasta com a agilidade das medidas de assistência ao capital financeiro, como as que foram de imediato desencadeadas pelo Banco Central Europeu (BCE)".
Sem entrar em pormenores, João Ferreira defendeu que o país tem que "responder às suas necessidades, defender os seus interesses".
Portugal e os portugueses, avisou, não podem "correr o risco de ficarem novamente" em impasse, dado que, no futuro, "a fatura será pesada" e arrisca-se a ser "novamente empurrado para o endividamento".