O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, anunciou este sábado que vai avançar com novas propostas para defender o "direito à saúde para todos", entre elas a gratuitidade de medicamentos e do transporte não urgente de doentes, para a população mais desfavorecida.
Corpo do artigo
O líder comunista falava em Viana do Castelo na sessão pública «Em defesa do SNS e do direito de todos à Saúde», onde garantiu que o partido não vai parar de lutar por alterações e reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Apelou à mobilização de todos os "militantes do SNS" para se juntarem à luta e manifestou pouca "fezada" quanto à posição que os restantes partidos vão assumir perante as suas propostas.
"Em face da necessidade de assegurar o acesso de todos à saúde, o PCP irá entregar iniciativas legislativas para garantir a comparticipação total de medicamentos aos idosos, aos doentes crónicos e utentes com carência económica e assegurar a gratuitidade do transporte não urgente de doentes, assegurando que todos têm acesso à deslocação em condições adequadas a consultas, tratamentos e exames de que necessitem", declarou Paulo Raimundo, após ter anunciado que aquele partido irá também agendar para discussão no Plenário da Assembleia da República um Projeto de Lei que propõe a alteração ao Estatuto do SNS. Uma alteração que se "centra na eliminação das orientações mais negativas do diploma aprovado pelo Governo e na introdução das principais medidas de resposta aos problemas que o SNS enfrenta atualmente". E que propõe "retirar as diversas aberturas à entrega de mais serviços aos grupos privados", a "dignificação e valorização" dos profissionais, a introdução de "um regime opcional de dedicação exclusiva e de normas para o incentivo à fixação em zonas carenciadas". Nesta proposta, o PCP defende ainda "o reforço do número de profissionais de saúde e a verdadeira autonomia dos serviços para responder às necessidades das populações".
Paulo Raimundo lembrou ainda o chumbo da proposta referente à "exclusividade" apresentada pelo PCP na Assembleia da República, pelo "PS, Chega e IL" e que contou com a abstenção do PSD.
"Veremos como se portam os outros partidos perante as propostas que apresentaremos. Caros amigos e camaradas, não estamos com nenhuma fezada especial, mas veremos como se comportam", declarou o secretário-geral comunista, defendendo, por outro lado, que "é necessária uma forte mobilização da nossa sociedade: dos profissionais de saúde e dos seus sindicatos, das populações, das comissões de utentes, das associações cívicas, de muitas personalidades que se posicionam inequivocamente na defesa do SNS".