Há 13 unidades fechadas este domingo, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo. Em Leiria, as grávidas vão ser reencaminhadas para Coimbra e Porto para ter os bebés. Já os Administradores hospitalares estão dececionados com políticos e pedem um “acordo de regime” para resolver o problema.
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O início de agosto está a ser dramático para os portugueses que necessitem de serviços hospitalares. Há 13 urgências encerradas este domingo, com a região de Lisboa e Vale do Tejo a ser a mais afetada. As especialidades de pediatria e de obstetrícia são as que sentem mais falta de médicos nesta época do ano, sendo que as grávidas de Leiria vão ser reencaminhadas para Coimbra e para o Porto para ter os bebés.
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares pede um acordo de regime entre todos os partidos e realça a necessidade de um plano de encerramento destas unidades “mais profundo e “continuado no tempo”.
De acordo com a informação do portal do SNS, só em Lisboa e Vale do Tejo são seis serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia fechados: Hospital Garcia de Orta, Beatriz Ângelo, São Francisco Xavier, Santa Maria, São Bernardo e Fernando da Fonseca. No caso do Beatriz Ângelo e de São Bernardo as urgências pediátricas também vão estar encerradas, bem como a do Hospital de Torres Novas.
E a situação não melhora na região Centro. No Hospital de Leiria não há urgências pediátricas, nem urgência de obstetrícia e ginecologia até dia 19. Em comunicado, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde nota que o "encerramento foi articulado com a Unidade Local de Saúde de Coimbra, para que continnue a ser dada resposta às utentes da áre de influência de Leiria". Já no que diz respeito aos partos programados, as grávidas vão ser encaminhadas para o Centro Materno e Infantil do Norte, no Porto.
Luta política continua a ser mais apelativa
A verdade é que o cenário não é novo, mas piora no verão com as férias dos médicos. Para Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, ainda vamos ter que "conviver" com este problema por mais anos, por via dos "erros acumulados na formação de recursos humanos e na preparação da rede do serviço de urgência".
“Temos que ser capazes de fazer um acordo de regime e consensualizar como é que vamos gerir a nossa rede de urgências nos próximos anos. Continua a ser mais apelativo a luta política do que a resolução destes problemas e para quem está no terreno é dececionante”, realça.
Xavier Barreto alerta ainda que não há medidas “milagrosas”, mas indica que os “encerramentos intermitentes” também não são a melhor solução para os doentes, sugerindo uma solução mais “continuada no tempo”.
“Era importante que assumíssemos que em algumas regiões, para que possamos ter uma resposta mais estável ao longo do ano, o encerramento de forma definitiva [das urgências] até conseguirmos formar os recursos humanos de que precisamos”, aponta.