O jurista e gestor Pedro Duarte, de 50 anos, será ministro dos Assuntos Parlamentares e terá a tarefa de assegurar a relação entre Governo e Assembleia da República. É coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD desde julho de 2022. Marques Mendes classificou-o como "um dos melhores políticos da sua geração".
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Pedro Duarte, natural do Porto, ficará com a pasta dos Assuntos Parlamentares, uma pasta que poderá ser significativa nos próximos meses dada a atual composição da Assembleia da República. De recordar as várias tentativas falhadas para eleger, esta semana, o presidente da Assembleia da República. Licenciado em Direito e doutorado em Estudos de Desenvolvimento pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, é um dos rostos mais próximos do primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.
Foi deputado na Assembleia da República entre 1999 e 2011, eleito pelo círculo eleitoral do Porto, tendo sido também presidente da Juventude Social Democrata entre 1998 e 2002. No Governo PSD chefiado por Santana Lopes, em 2004, foi secretário de Estado da Juventude. Mais tarde, em 2016, foi o diretor da campanha nacional de Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições presidenciais.
Até ao momento, trabalhava na Microsoft, onde integrava o departamento de assuntos jurídicos e a equipa relacionada com assuntos governamentais europeus. Desde janeiro de 2018, presidia ao Conselho Estratégico da Economia Digital da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
No anterior Governo, chefiado por António Costa, era Ana Catarina Mendes que tutelava a pasta que irá agora ser ocupada por Pedro Duarte, enquanto ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Em 2015, Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, foi secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Em 2019, sucedeu-lhe no cargo Duarte Cordeiro.
Troca de elogios com Marques Mendes
Em 2019, Pedro Duarte lançou uma plataforma cívica intitulada Manifesto X - que apresentava como primeira meta para Portugal o aumento do índice de felicidade dos portugueses e apenas como décima a redução da dívida pública - e contou na apresentação com Luís Montenegro, de quem sempre foi muito próximo.
Em dezembro do ano passado, lançou o livro "Troika Nunca Mais - Lições de uma crise (10 anos depois)", que juntou na apresentação o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa, o antigo 'chairman' da TAP Miguel Frasquilho, o antigo presidente da EDP António Mexia e o ex-líder do PSD Marques Mendes.
Na altura, trocaram elogios, com o comentador televisivo a considerar Pedro Duarte "um dos melhores políticos da sua geração", apontando-lhe "a coragem de ser moderado, ter pensamento próprio e estruturado", e com quem disse partilhar "o vício bom" da política.
"É pena que não esteja há vários anos na vida política ativa. A política faz-se com políticos, se não estiverem os bons estão os menos bons", disse então Marques Mendes, num apelo que parece ter surtido efeito.
O dirigente social-democrata deixou também elogios a Mendes, que disse ver como "uma inspiração" no passado, "uma referência" no presente e "uma esperança" para o futuro.
"Não preciso de dizer mais nada, para bom entendedor meia palavra basta", disse, num repto que não teve resposta por parte do atual comentador televisivo, que, em agosto, já admitiu poder ser candidato a presidente da República.