Pedro Nuno: contrato de concessão do novo aeroporto à ANA “foi uma privatização mal feita pela direita”
O candidato a líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, disse, esta sexta-feira, em Bragança, que o contrato de concessão do aeroporto à ANA-Aeroportos de Portugal “é desequilibrado e foi uma privatização mal feita pela direita e pelo PSD”.
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Pedro Nuno comentava as declarações da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre o peso excessivo que aquela empresa tem na questão da nova infraestrutura que se pretende construir, cujos estudos indicam como sendo a melhor localização prevista a zona de Alcochete.
“Não tenhamos dúvidas sobre quem decide. Quem decide a localização do aeroporto é o povo português através dos seus representantes, naturalmente teremos de fazer uma negociação com a ANA, mas quem decide é o povo português e são os eleitos pelo povo português”, referiu Pedro Nuno Santos à entrada para um encontro com militantes e simpatizantes socialistas do distrito de Bragança.
“O mais importante sobre este caso é que ele serve de exemplo para aquilo que nós temos de fazer no país, decidir. Para que o país avance porque nós não podemos estar sistematicamente a marcar passo, a atrasar e a adiar o desenvolvimento nacional. Este é apenas um exemplo entre outros. Se queremos que Portugal se desenvolva e avance nós temos de decidir. Não podemos estar sistematicamente a criar comissões e novos grupos de trabalho, como aliás o PSD pretende. Essa tem sido uma marca da nossa candidatura, mas nós queremos que seja do país e nós queremos que Portugal avance”, explicou aos jornalistas.
O candidato a líder dos socialistas lamentou que ao longo da história, Portugal tenha adiado muitas decisões: “Lembro-me do Alqueva e do aeroporto, são décadas de atraso e em muitas outras matérias. Nós temos de decidir se finalmente avançamos com a ferrovia. Tivemos décadas em que primeiro se parou e, depois, começaram-se a encerrar linhas, desde logo na região onde estamos e, entretanto, começamos um processo inverso, de recuperar e investir na ferrovia. É isso que nós queremos fazer no país”, observou Pedro Nuno Santos.
Sobre a passagem do governo para a modalidade de gestão, precisamente esta sexta-feira, depois de o Presidente da República ter assinado o decreto da demissão do Governo, na quinta-feira, Pedro Nuno Santos notou que “faz parte do processo democrático” e que “aquilo que o governo poder fazer, fará, porque o país não pode parar. Há um processo eleitoral em curso e uma campanha legislativa para se fazer, mas há um governo em funções no quadro daquelas que são as regras da nossa lei e com que deve continuar a trabalhar”, acrescentou.
Costa "é o melhor político português"
Sem querer avançar antecipações sobre o futuro político do país, Pedro Nuno Santos reafirmou que António Costa “é o melhor político português” e que deu um grande contributo a Portugal nos últimos oito anos. “Espero que tenha oportunidade para continuar a servir o país, seja cá ou fora de Portugal, mas está, sobretudo, nas mãos dele e pode ter plena consciência que o Partido Socialista estará do lado dele”, garantiu Pedro Nuno Santos salientando que neste momento não se coloca a questão de o primeiro-ministro demissionário vir a ser o seu futuro candidato a Presidente da República. “Não estamos a falar de presidenciais. António Costa será o que entender e terá o Partido Socialista a seu lado”, destacou.
O candidato a secretário-geral do PS afirmou ainda que a grande novidade nesta última semana da campanha para as eleições internas “é a mobilização” que encontrou em Bragança. “Este entusiamo que nós temos conseguido com a campanha neste distrito e nesta cidade de Bragança, com esta presença massiva de militantes. Acho que fica muito claro da capacidade da nossa candidatura, de mobilizar o partido. Só ganha o país quem ganha o partido. Nós conseguimos mobilizar o partido e mobilizaremos a seguir o país para uma grande vitória no dia 10 de março”, referiu.
Apesar de as últimas sondagens revelarem que o candidato preferido dos portugueses seria José Luís Carneiro, mas os socialistas o preferirem a ele, Pedro Nuno Santos disse que “há sondagens para todos os gostos” e que “não devemos dar mais importância do que aquilo que elas têm”, acrescentando que “aquilo que vamos constatando é que a maioria das pessoas que normalmente votam no partido socialista e que deram a maioria ao partido socialista preferem a nossa candidatura. Eu não me candidato a líder do PSD, mas a líder do PS”, afirmou
O candidato a líder dos socialistas escusou-se a comentar o caso das gémeas brasileiras. “Está a fazer o seu caminho. Há averiguações em curso e não é ajustado fazer comentários sobre ele”, explicou.