Pedro Nuno dá "apoio inequívoco" do PS à decisão do Governo sobre novo aeroporto
O secretário-geral do PS manifestou, esta terça-feira, o "apoio inequívoco" à decisão do Governo de seguir a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre a localização do novo aeroporto em Alcochete, tema sobre o qual diz ter havido articulação.
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Numa reação minutos depois da declaração do primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado esta decisão, Pedro Nuno Santos saudou esta decisão do Governo português, considerando-a muito importante para si próprio, mas sobretudo para o país.
"Saudamos a decisão e queremos dar nota do apoio inequívoco do PS e a minha congratulação pessoal por podermos avançar com a solução em Alcochete", enfatizou.
Questionado sobre se tinha havido contactos com o executivo previamente, o líder do PS respondeu que foi ouvido e que essa "articulação aconteceu".
"O apoio do PS era importante para garantirmos esta estabilidade ao longo do tempo para que não voltemos para trás", disse.
Segundo o antigo ministro com a pasta das Infraestruturas, Portugal está há "mais de 50 anos à espera de decidir a localização do aeroporto".
"Aquilo que nós queremos dar ao país é a certeza de que há segurança e estabilidade para esta decisão e que um futuro Governo do PS nunca porá em causa esta decisão que é a decisão correta", comprometeu-se.
Pedro Nuno Santos afirmou que nunca teve dúvidas de que "Alcochete era a melhor localização".
"Há dois anos, quando tomei essa decisão, ela não foi nenhuma decisão irrefletida, o país já levava 50 anos a estudar localizações. Havia, na minha opinião, condições para podermos decidir de forma ponderada a localização do aeroporto em Alcochete", disse.
O líder do PS deu ainda apoio às decisões que dizem respeito à terceira travessia do Tejo.
"Temos que avançar para o aeroporto de Alcochete sem demoras. Infelizmente o aeroporto demorará muitos anos. (...) Estamos a falar de um período largo, de transição, que não tem uma resposta clara e inequívoca na apresentação que até agora foi feita pelo Governo", respondeu.
Para Pedro Nuno, é preciso "fazer um debate mais aprofundado" para se ter "a certeza de que a opção de aumentar a capacidade aeroportuária do aeroporto Humberto Delgado foi estudada e ponderada".
"Montijo há dois anos servia apenas como transição para não perdermos milhares de milhões de euros que vamos perder à espera do aeroporto de Alcochete. Temos interesse em ouvir o Governo para perceber se essa decisão é ponderada e resulta de estudos", enfatizou.
Para o líder do PS, "é inevitável que se tenha que fazer uma avaliação de impacto ambiental e depois há a necessidade fazer avaliações de segurança por parte da ANAC".
"Era importante saber se este período transitório é passível de ser resolvido com o reforço de um aeroporto que já hoje não cumpre normas ambientais", defendeu.
Questionado sobre as críticas do líder parlamentar do PSD que considerou que os portugueses confiarão mais numa "decisão rápida mas ponderada" do que na "precipitação habitual de quem tudo decide sem estudar", Pedro Nuno Santos referiu que são declarações "de quem não está dentro do dossiê" porque "em 2022 o país já tinha estudado cerca de 17 localizações".
"Não havia nenhuma decisão irrefletida em 2022. Já se tinha estudado Alcochete e desse ponto de vista nós temos que perceber hoje é se de facto a decisão sobre o reforço da capacidade aeroportuária do Humberto Delgado foi estudada e foi devidamente ponderada", insistiu.
A questão do novo aeroporto gerou, em junho de 2022, a maior divergência entre o então ministro das Infraestruturas e o ex-primeiro-ministro quando Pedro Nuno Santos fazer sair do ministério uma portaria sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, sem conhecimento de António Costa e contrariando a opção política de acordar este processo com o PSD.
António Costa não o demitiu, ao contrário do que se esperava, e exigiu que Pedro Nuno Santos revogasse essa portaria e pedisse desculpa publicamente.