Pedro Nuno diz que "a política económica deve fazer escolhas, ser mais seletiva”
O secretário-geral do PS defendeu, no encerramento do congresso do PS, neste domingo, que “a política económica portuguesa deve fazer escolhas, ser mais seletiva”. Para Pedro Nuno Santos, é preciso “escolher as áreas estratégicas a desenvolver na próxima década”.
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“A política económica portuguesa deve fazer escolhas, isto é, ser mais seletiva”, defendeu Pedro Nuno Santos, propondo que o País deve “assumir um desígnio nacional para a próxima década”.
“Deve selecionar um número mais limitado de áreas estratégicas onde concentrar os apoios durante uma década. Concentrar a maior parte dos apoios nestas áreas, na investigação nestas áreas, nos centros de transferência de conhecimento destas áreas, no desenvolvimento de produtos e tecnologias destas áreas e nas empresas com projetos que se insiram nestas áreas estratégicas”, sustentou o líder socialista,
Tentando contrariar os tabus ideológicos que lhe têm sido apontados pela oposição, Pedro Nuno Santos defendeu que “o setor privado pode e deve investir onde bem entender, como em qualquer economia de mercado”.
No entanto, o secretario-geral do PS ressalvou: “Mas o Estado tem a obrigação de fazer escolhas quanto aos setores e tecnologias a apoiar”. “Em Portugal, a incapacidade de se dizer 'não' levou o Estado a apoiar, de forma indiscriminada, empresas, setores e tecnologias, independentemente do seu potencial de arrastamento da economia. A incapacidade de fazer escolhas levou a que sucessivos programas de incentivos se pulverizassem em apoios para todas as gavetas de forma a assegurar que ninguém se queixava. O problema da pulverização dos apoios é que, depois, não há poder de fogo, não há capacidade do Estado de acompanhar, não há recursos suficientes para transformar o que quer que seja”, sustentou.
Ainda assim, Pedro Nuno Santos considerou que não se devem “rejeitar um sistema de incentivos que tenha uma componente horizontal”. “Isto é, uma componente destinada a financiar a formação, a inovação e a internacionalização, independentemente do setor onde a empresa atua. Devemos é acentuar a dimensão vertical do sistema de incentivos e intensificar o grau de seletividade que permita garantir a concentração de recursos necessários para desenvolver aqueles setores ou tecnologias capazes de arrastar processos de transformação económica”, propôs.