Pedro Nuno diz que eleições não são "cenário desejável" mas devem acontecer “o mais depressa possível”
Depois da reunião com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, garantiu aos jornalistas que as eleições "não eram o cenário desejável para ninguém", mas que é a "única forma de clarificar a situação política em Portugal".
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"As eleições não eram o cenário desejável para ninguém, nem para os portugueses nem para nós. Mas, neste momento, é a única forma de clarificar a situação política em Portugal", começou por dizer Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas presentes no Palácio de Belém.
O líder do PS defendeu ainda que os atos eleitorais não devem ser vistos "como momentos que sejam um estorvo para a vida política e democrática". "Antes pelo contrário, é uma oportunidade para desbloquearmos a situação de crise política em que estamos e iniciarmos uma nova fase da vida politica com estabilidade, com confiança nas instituições, com confiança no Governo, com confiança no primeiro-ministro", afirmou. "É fundamental para que o país possa seguir em frente, resolver os seus problemas, problemas antigos, problemas novos, nomadamente os que não foram resolvidos no último ano".
"Aquilo que de bom, como eu vos disse, que hoje o primeiro-ministro apresenta, é aquilo que já estava bem em Portugal há um ano. Eu já ouvi várias vezes o exemplo da fábrica da Volkswagen, ou da fábrica das baterias. São investimentos que já estavam previstos e cujo processo foi iniciado pelo Governo do Partido Socialista, não por este. Este dá continuidade", acusou.
Para Pedro Nuno, as eleições devem acontecer “o mais depressa possível” e alertou que o país "não pode andar de eleição em eleição", culpando o "manto de suspeição" sobre o primeiro-ministro, que, segundo ele, é "criador de instabilidade". Para o líder do PS, é importante restituir “a confiança dos portugueses no primeiro-ministro, no Governo”. “O PS, eu próprio, estamos preparados para esta nova fase da vida política portuguesa. É um partido com uma grande experiência governativa, que também aprende com aquilo que correu bem, com aquilo que correu mal”, assegurou.
O secretário-geral do PS disse que só trabalha em cenário de vitória e avisou o PSD/CDS-PP que exigirá a mesma estabilidade que considera que o seu partido permitiu nesta legislatura.
“O Partido Socialista vai estar nesta campanha para ganhar as eleições. É o único cenário em que nós trabalhamos e, obviamente, que aquilo que nós fizemos durante este último ano na oposição foi garantir condições de estabilidade para que a AD pudesse governar”, disse. “Esse é o mínimo que, obviamente, entendemos que o PS tem o direito de poder exigir e acho que é um direito que não é só do PS, acho que é um direito do povo português que é poder ter, no próximo ciclo governativo, estabilidade, porque nós não podemos andar de eleição em eleição”.
O secretário-geral socialista também recusou comentar a abertura pelo Ministério Público de uma averiguação preventiva relacionada com o primeiro-ministro e a empresa familiar, aguardando “com cautela, prudência e respeito” o trabalho das outras instituições do Estado. “Eu não tenho nenhum comentário a fazer ao trabalho que a PGR fará. Nós temos que aguardar com cautela, com prudência e respeito pelo trabalho que as outras instituições do nosso Estado de direito democrático terão de fazer”, rematou.