Pedro Nuno fica “para já” como deputado e Hugo Soares volta a liderar bancada do PSD
PS e Chega prometeram viabilizar, esta terça-feira, proposta do PSD para Aguiar-Branco se manter como presidente do Parlamento. Deputados tomam posse e será depois a vez do Governo.
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Os deputados têm hoje a sua primeira sessão plenária, mas a nova legislatura já começou esta segunda-feira a ser preparada, com PS e Chega a confirmarem que viabilizam a recondução de Aguiar-Branco como presidente do Parlamento, Pedro Nuno Santos a garantir que vai, “para já”, assumir o seu lugar de deputado e Hugo Soares, atual líder da bancada do PSD, a anunciar que se vai recandidatar ao cargo. Os atuais 14 ministros que foram nas listas não vão integrar a Assembleia, uma vez que o Governo fica em funções até que o novo tome posse, o que Marcelo Rebelo de Sousa prevê fazer esta semana. Além disso, a grande maioria dos governantes deverá manter-se, após Luís Montenegro já ter prometido um Executivo com “muitos repetentes”.
O novo hemiciclo ganhou contornos mais claros, apesar de mais uma vez, na reunião da conferência de líderes, a distribuição dos lugares e dos espaços de trabalho ter criado divergências (ler texto ao lado). Mais consensual foi a proposta para reconduzir Aguiar-Branco. A eleição da mesa do Parlamento realiza-se hoje na primeira sessão, que arranca às 10 horas.
No âmbito das audiências em Belém, Carlos César já tinha prometido que o PS não iria criar obstáculos à reeleição do presidente da Assembleia. O mesmo fez André Ventura, revelando que estavam em curso “conversações” entre as bancadas do Chega e do PSD.
Montenegro fez anúncio
Montenegro anunciou hoje, numa reunião da bancada, que o PSD vai propor a recondução do deputado eleito por Viana e de Teresa Morais para vice da mesa.
José Luís Carneiro, candidato a secretário-geral, reforçou que o PS não se vai opor à recondução de Aguiar-Branco. E André Ventura disse ter falado com o atual presidente do Parlamento, a quem transmitiu que “o Chega daria suporte e anuência à indicação do partido mais votado, neste caso a AD, para os órgãos de gestão da Assembleia”.
Hugo Soares acredita que eleição de Aguiar-Branco vai decorrer “com total normalidade”, sem os chumbos iniciais de 2024. Como manda a tradição, o antigo ministro da Defesa preside esta manhã à primeira sessão.
Por sua vez, Hugo Soares vai recandidatar-se a líder da bancada: “É onde me sinto bem e onde acho que posso continuar a ajudar o país, em primeiro lugar, e o Governo em segundo lugar”.
Num hemiciclo onde o PS passa a terceira força e o Chega a líder da Oposição, com vantagem de ser o primeiro a questionar o chefe do Governo nos debates quinzenais, Pedro Nuno Santos tomará posse como deputado, pelo menos por agora, depois de ter deixado a liderança socialista. Confirmou à Lusa que vai assumir “para já” o mandato. Carneiro ficou “satisfeito” e gostaria de contar com Pedro Nuno porque “pode certamente dar um importante contributo na defesa dos valores do PS, dos ideais de sociedade pelos quais se bateu, que agora não foram maioritários”.
Quanto ao presidente da bancada do PS, Pedro Delgado Alves foi indicado por proposta de Carlos César como líder interino até à eleição do secretário-geral.
PSD ganhou lugar na fila da frente num desenho sem consenso
O PSD vai passar a ter oito lugares na primeira fila do Parlamento, em vez de sete. Da direita para a esquerda, será ocupada por cinco deputados do Chega, um do CDS, dois da IL, oito do PSD, cinco do PS, dois do Livre e um do PCP. Na reunião da conferência de líderes, segundo a Lusa, o problema mais complicado surgiu com a colocação dos deputados únicos do PAN e do JPP que, segundo a proposta do PSD, ficam sentados na segunda fila imediatamente à esquerda do PS (entre o PS e o Livre) e não, como se previa, entre as bancadas social-democrata e socialista. Esta proposta foi contestada pelo PCP e, sobretudo, pelo Livre. Caso se mantenha, os seis deputados do Livre não ficam sentados agrupados ao longo das três filas.