O ministro das Infraestruturas acusou o líder do Chega de não ser apenas "populista", mas de querer mesmo "enganar" os portugueses sobre a TAP. Em resposta a André Ventura, que lhe vaticinou uma saída iminente do Governo, Pedro Nuno Santos exclamou: "O sr. deputado ainda vai sair deste Parlamento e eu ainda cá vou continuar".
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"Não tenho nenhum problema que este dossier me fique agarrado à pele", afirmou Pedro Nuno esta quinta-feira, no Parlamento, depois de Ventura lhe dizer que o "desastre da gestão da TAP" lhe ficará para sempre associado.
"Fiz sempre o meu trabalho com orgulho de estar a servir a República e o meu país. E há uma coisa que lhe garanto: o sr. deputado ainda vai sair deste Parlamento e eu ainda cá vou continuar. Pode ter a certeza disso", afirmou o ministro, arrancando muitas palmas da bancada do PS.
Minutos antes, o líder do Chega tinha sublinhado a "enorme fragilidade política" de Pedro Nuno Santos, considerando-o "desautorizado" por um primeiro-ministro que lhe quer "tirar o tapete".
"Não sei quanto tempo mais vai ser ministro das Infraestruturas - penso que pouco, se ainda conheço alguma coisa da lei deste país e, sobretudo, se conheço o primeiro-ministro - mas há um dossier que vai levar consigo para sempre: o desastre de gestão da TAP", afirmou Ventura, espoletando a reação de Pedro Nuno.
Na sua intervenção, Ventura estimou que o Estado já tenha aplicado, ao todo, 20 milhões de Euros na TAP, na Caixa Geral de Depósitos e no BES/Novo Banco. O ministro respondeu-lhe que não pode dizer-se "preocupado" com o dinheiro injetado na TAP e, simultaneamente, pedir que se salve a companhia. "Não explica é como se salva a TAP sem dinheiro público", resumiu.
"Acusam o Chega de populismo, mas o que o Chega fez aqui não foi populismo. Foi enganar o povo português", prosseguiu Pedro Nuno Santos. "Porque das duas uma: ou o Chega quer e mantém a intenção de salvar a TAP - e isso custa dinheiro público - ou, se não quer gastar um cêntimo com a TAP, não pode fazer a intervenção que o sr. deputado fez", frisou.