Pedro Nuno Santos acusa o PSD de ser o partido que “mais maltratou” os pensionistas
O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos afirmou, este domingo, que as promessas do PSD, em matéria de pensões, carecem de “falta de credibilidade”, lembrando que Pedro Passos Coelho também fez essas “promessas” de aumentos e logo a seguir “cortou” nas reformas dos pensionistas.
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Para Pedro Nuno Santos, o “povo português já sofreu ao longo de anos com as promessas incumpridas do PSD” e, por isso, “não vão obviamente confiar num partido que fez exatamente o contrário daquilo que foi prometido”.
Questionado sobre a presença de Cavaco Silva e outras personalidades do PSD no congresso laranja, em Almada, o candidato à liderança do PS referiu que o “PSD mostrou ao país que não aprendeu nada com os últimos ano” fazendo questão de “celebrar” com “um desfile de ministros de Passos Coelho”.
“É uma forma de sinalizar que a política seguida na altura é a mesma. E é a mesma visão para o país que têm hoje. Não olham para os cidadãos mais velhos da mesma maneira que o PS. Quem trabalhou uma vida inteira merece respeito por parte da comunidade. E isso implica que as propostas que façamos em termos de pensões sejam viáveis. Aquilo que fizemos ao longo dos anos foi isso”, afirmou. Também não ficou admirado com as críticas do líder do PSD: “Estranharia que Luís Montenegro falasse bem de mim”.
Confrontado com o processo de privatização da TAP, Pedro Nuno Santos referiu essa injeção de capital era fundamental “para salvar uma companhia aérea muito importante para a economia nacional”, realçando que hoje a empresa “dá lucro”. E lembrou também que essa injeção foi “nove vezes inferior à que o PSD fez nos Açores”, aludindo para a recapitalização da SATA.
Foi ao lado do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e de Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, em Matosinhos, que Pedro Nuno Santos voltou a apontar espingardas ao PSD para dizer que as promessas de Luís Montenegro, no final do congresso dos sociais-democratas, relativas ao aumento de pensões, têm um “problema de falta de credibilidade”.
“Começamos com o PSD a atacar uma experiência governativa de boa memória para os portugueses. Aliás, a pergunta que se tem que fazer, mesmo aqueles que votaram no PSD em 2015, é o que correu mal nos anos que se seguiram a 2015 em matéria de rendimentos, em matéria de crescimento económico, na criação de empregos, é uma pergunta que todos devem colocar a si próprios e, depois, temos o PSD a terminar o congresso com um rol de promessas”, observou Pedro Nuno Santos.
Em declarações aos jornalistas, o candidato à liderança do PS acusou o PSD de ser o partido que “mais maltratou esse grupo de cidadãos portugueses [os pensionistas]”.
“É importante que não nos esqueçamos que Pedro Passos Coelho tinha dito o mesmo que Luís Montenegro, que tinha feito as contas e, que em 2015, não seria necessário cortar pensões, mas aquilo que fizeram, logo a seguir às eleições, foi cortar pensões. Não só satisfeitos com o corte de pensões, tentaram tornar esse corte permanente. Não conseguiram porque foram travados pelo Tribunal Constitucional”, acusou.
“Previram ainda fazer um corte adicional de mais 600 milhões de euros nas pensões, só que foi travado porque o PS ganhou as eleições em 2015. Hoje temos o líder do PSD a fazer o mesmo número que o Passos Coelho fez em 2011, a prometer aumentar pensões e a garantir que tinha feitos as contas. Era muito importante que o PSD apresentasse as contas para podermos fazer um debate sobre a viabilidade da proposta", pediu à entrada do Pavilhão Municipal da Senhora da Hora, repleto de centenas de socialistas de todo o distrito do Porto para um almoço.
Pizarro e Assis ao lado de Pedro Nuno Santos
A presença do ministro da saúde, Manuel Pizarro, foi uma das surpresas no almoço dos socialistas. Pizarro também apontou críticas à direita e questionou mesmo se o PSD “quer mesmo aumentar pensões e o salário mínimo?”.
“Só há uma explicação para o súbito amor do PSD aos pensionistas, é que há umas eleições marcadas”, realçou Pizarro.
Para o socialista, Pedro Nuno Santos é o candidato que está em melhores condições para liderar o Partido Socialista. “Com Pedro Nuno Santos o PS vai manter a autonomia socialista. Não existimos para servir de muleta à direita”, notou aludindo a José Luís Carneiro que colocou em cima da mesa a possibilidade de viabilizar um Governo do PSD.
Francisco Assis foi outras das figuras socialistas presentes no comício. No início da sua intervenção, Assis lembrou que recentemente esteve presente numa reunião do grupo parlamentar do PSD e gravou um podcast do Bloco de Esquerda, para dizer que o PS consegue “falar com os todos os partidos democratas”, tanto “à direita” como “à esquerda”. Francisco Assis realçou ainda que o PS é um partido “moderado”, acrescentado que “é um social-democrata”.
O almoço de apoio a Pedro Nuno Santos contou com a presença de todas as distritais do Porto do Partido Socialistas e com vários autarcas da região. Entre eles, Luísa Salgueiro, de Matosinhos, Eduardo Vítor Rodrigues, de Vila Nova de Gaia, Marco Martins, de Gondomar, e Cristina Vieira, do Marco de Canaveses.