Pedro Nuno Santos: "Demos todas as condições para que o Governo da AD pudesse governar"
O Secretário-Geral do Partido Socialista voltou a insistir, este sábado à noite, em Viana do Castelo, na ideia de que as eleições antecipadas “são da exclusiva responsabilidade” de Luís Montenegro, considerando que o PS deu “desde o início todas as condições” para que o executivo da AD “pudesse governar”.
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Considerou que "este governo é incompetente e tem um projeto esgotado e sem visão" e apontou “a situação caótica” em que se encontra o Serviço Nacional de saúde (SNS), como principal sintoma da sua "incompetência". Aludindo às queixas do partido na Comissão Nacional de Eleições (CNE) sobre convites para sessões com o Governo que consideram ser “publicidade institucional em período eleitoral”, disse que é “registo de pouco seriedade” do Governo “aproveitar as obras do PRR para cortarem as fitas e promoverem-se enquanto PSD”.
Pedro Nuno Santos falava em Viana do Castelo, no jantar de apresentação do candidato socialista à câmara de Viana do Castelo, Luis Nobre, atual autarca, que contou com a participação de mais de meio milhar de militantes.
“Só há um único responsável por atirar o país para eleições e esse responsável é o primeiro-ministro, Luís Montenegro. Foi ele que decidiu atirar o país para eleições e quero deixar isto bem claro: o Partido Socialista ao longo deste último ano teve uma atitude de responsabilidade, desde o início nós demos todas as condições para que este Governo da AD pudesse governar”, declarou, elencando: “chumbamos a moção de rejeição do programa do Governo apresentada pelo PCP, logo no início, nós viabilizamos a eleição do Presidente da Assembleia da República (…) fomos nós que viabilizamos o Orçamento de Estado, demos-lhes condições para poderem governar”.
"Nós sabíamos que o pais não podia ir para eleições tão cedo e que nós tínhamos a responsabilidade de garantir estabilidade”. E “mesmo depois de ter rebentado a polémica com os casos que envolvem o primeiro-ministro, chumbamos duas moções de censura, uma do Chega e a PCP, e infelizmente o Governo decidiu apresentar a moção de confiança, e sabia o primeiro-ministro e toda a gente que a moção de confiança tinha um chumbo garantido”.
Pedro Nuno Santos considera que Luís Montenegro "desbaratou a confiança e a oportunidade que os portugueses lhe deram para governar”, e que, nas eleições Legislativas de 18 de maio, o seu desempenho
Fim do pórtico na A28 e obra do mercado
Sobre Luís Nobre, que se recandidata a presidente da câmara de Viana do Castelo pela segunda vez, o secretário-geral do PS considerou-o um autarca de “proximidade” e “humanista”.
“É um dos melhores presidentes de câmara que o PS em em todo o país”, disse, afirmando que “o fim do pórtico de Neiva [portagem na A28] se deve ao PS e sobretudo ao Luís Nobre”.
Arquiteto e com cargos na câmara de Viana do Castelo "há mais de três décadas", Nobre passou em revista as obras dos últimos quatro anos à frente dos destinos da autarquia, como presidente. Uma delas a desconstrução do prédio Coutinho, ao fim de 20 anos, para dar lugar "daqui a dois meses" à obra do novo mercado municipal a nascer no espaço deixado pelo antigo imóvel de 13 andares. Recorde-se que o edifício foi demolido no âmbito do programa Polis, após uma longa luta dos moradores contra a operação urbanística.
Luís Nobre recandidata-se nas próximas autárquicas e, até ao momento, é conhecido apenas um dos seus adversários, Paulo Morais, pelo PSD, que apresentará formalmente a sua candidatura no próxima 30 de março.